(Foto: REUTERS/Darren Staples) |
Os franceses voltam ao topo do mundo. Em um decisão com gol contra e uso do VAR inéditos em finais de Copa, além de invasão de gramado por um grupo radical russo, a França derrotou a Croácia por 4 a 2, neste domingo, no Estádio Olímpico Lujniki, em Moscou, e conquistou o título mundial de futebol pela segunda vez na história. Mandzukic (contra), Griezmann, Pogba e Mbappé fizeram os gols da equipe azul, enquanto Perisic e Mandzukic, este se aproveitando de uma falha bizarra do goleiro e capitão Lloris, descontaram para a Croácia. Veja a lista completa de títulos mundiais.
A festa de entrega de medalhas ficou marcada pela chuva que despencou no estádio Lujnik. Presidentes da Fifa, da Rússia, da França e da Croácia ficaram encharcados como os jogadores. Na festa da taça, as lágrimas quase se esconderam com a chuva.
Desde a Copa de 1958, que terminou 5 a 2 para o Brasil em cima da Suécia, que uma final de Copa não tinha tantos gols em 90 minutos. Embora em 1966 a Inglaterra tenha vencido a Alemanha pelo mesmo placar de 4 a 2, dois gols ingleses saíram na prorrogação. O resultado iguala as finais de 1930 (Uruguai 4 x 2 Argentina) e 1938 (Itália 4 x 2 Hungria).
Com este título, o francês Didier Deschamps se igualou a Mário Jorge Lobo Zagallo e Franz Beckenbauer como campeões tanto como atletas e como treinadores. O brasileiro foi campeão como jogador em 1958 e 1962, e como treinador emm 1970. O alemão carregou a taça em 1974, como jogador, e em 1990, como técnico.
O meia Luka Modric foi escolhido pela Fifa como o melhor jogador da Copa do Mundo de 2018. O francês Kylian Mbappé levou o troféu de revelação, e o belga Thibaut Courtois foi escolhido o melhor goleiro.
Nos camarotes do Lujniki, uma dupla chamou a atenção dos torcedores. O presidente da França, Emmanuel Macron, e a presidente da Croácia, Kolinda Grabar-Kitarovic, se manisfestaram a cada lance. Gianni Infantino e Vladimir Putin, mandatários da Fifa e da Rússia, respectivamente, foram mais comedidos.
Mesmo com todo o rigor da segurança russa, houve uma invasão de campo aos sete minutos do segundo tempo. Pelo menos duas mulheres e um homem entraram correndo durante um contra-ataque da Croácia e foram duramente retirados do gramado pelos policiais. O grupo de punk rock feminista russo Pussy Riot assumiu a autoria nas redes sociais.
A grande surpresa da cerimônia de abertura nem foi a presença de Ronaldinho Gaúcho, que foi anunciada pela Fifa antes da decisão. Mas a maneira como ele apareceu, tocando percussão e acompanhando a cantora russa Aida Garifullina na tradicional canção local "Kalinka".
A Croácia até começou melhor, tomando conta das ações do jogo, com duas boas chegadas de Perisic, sempre tendo o zagueiro Umtiti na cola. Mas aos 17 minutos, a França apareceu. Griezmann trombou com a marcação na entrada da área e caiu pedindo falta: o árbitro argentino Nestor Pitana marcou. Na cobrança, o próprio Griezmann lançou na área, mas Pogba não alcançou a bola. Mandzukic acabou desviando direto no ângulo de Subasic, fazendo o primeiro gol contra em finais de Copas.
O gol não abalou os croatas, e se era necessário um gol de impacto para mostrar força, isso aconteceu aos 27. Modric cruzou para a área na ponta direita, e Vrsaljko escorou para o meio. Mandzukic brigou no alto com Pogba, e Rebic também desviou. Vida pega a sobra e escorou para Ivan Perisic, que limpou Kanté com o pé direito e soltou uma bomba com pé esquerdo. A bola ainda desviou em Varane antes de ir ao fundo das redes.
Se nas semifinais, o árbitro de vídeo não apareceu, ele foi decisivo pela primeira vez em uma decisão de Copa. Aos 33, em escanteio cobrado por Griezmann no primeiro poste, Matuidi tentou desviar para o gol, mas Perisic chegou para mandar para corner. A bola tocou na mão do jogador, e os franceses reclamam pedindo pênalti. Após longa consulta ao VAR, Nestor Pitana entendeu que houve intenção do croata e marcou pênalti. Griezmann bateu certeiro no canto esquerdo de Subasic, que caiu para a direita, fazendo 2 a 1.
O goleiro e capitão francês Hugo Lloris pouco apareceu na etapa inicial, mas logo nos primeiros minutos do segudno tempo, trabalhou bastante. Primeiro em chute cruzado de Perisic, onde fez ótima defesa de braço esquerdo. Pouco depois, em lançamento longo de Brozovic para Perisic, o camisa 1 francês teve que se antecipar e sair do gol como um líbero para evitar o pior.
O acúmulo de três prorrogações seguidas parece ter surtido efeito na metade do segundo tempo. Tanto que a França conseguiu dois gols em seis minutos. Aos 13, Mbappé foi à linha de fundo e cruzou para Griezmann, que segurou a bola e rolou para Pogba. O volante tentou de direita, mas pegou o rebote de esquerda e marcou o terceiro. E aos 19, Hernández fez bela jogada pela esquerda e tocou no meio para Mbappé marcar o quarto. Ele se iguala a Pelé e é o segundo adolescente a marcar numa final. Parecia que viria goleada...
O capitão francês Hugo Lloris voltou a aparecer, mas negativamente, aos 23. Em um simples recuo de Varane, ele sozinho dominou a bola e tentou driblar Mandzukic. O croata chegou firme na dividida e mandou direto para o gol, botando a Croácia viva na decisão e mantendo a emoção até o fim.
Globo Esporte
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