Eliminado, técnico da Bélgica exalta equipe: "Se for para perder, que seja como jogaram"

(Foto: Reuters)


Embora tenha saído derrotado na semifinal da Copa do Mundo, o técnico da Bélgica Roberto Martínez exaltou o empenho de seus jogadores diante da França.

– Infelizmente a bola parada resolveu o jogo. Foi muito apertado, equilibrado e foi decidido em cima daquele time que conseguiu tocar mais a bola. Eu não podia pedir mais dos meus jogadores. Tem de compreender que um ganha e o outro perde. Se for para perder, que seja como jogaram. Empurramos a França até o fim – afirmou na saída do gramado.

– Decepção. O que importava era ir até a final. Os jogadores lutaram até o fim, mas quando não dá, não tem jeito. Esses jogadores merecem a vitória e nada mais – lamentou.

Os belgas aguardam o perdedor do duelo entre Croácia e Inglaterra, que se enfrentam nesta quarta-feira pela outra semifinal, para a disputa do terceiro lugar. Martínez fez uma projeção para o duelo do próximo sábado.

– É difícil, uma emoção difícil de lidar. Estamos desapontado porque perdemos uma semifinal, tem outro jogo. Mas as próximas 48 horas são importantes, tem de recuperar, reagrupar e tentar terminar em terceiro na Copa. Não acontece frequentemente, a última vez que isso aconteceu no futebol belga foi em 1986, quando terminamos em quarto. Tem de aceitar que é muito difícil pelas emoções e ambições envolvidas hoje, mas temos de nos preparar para o próximo jogo – completou em entrevista coletiva após o duelo.

Veja outros trechos da entrevista de Roberto Martínez:

Detalhes que decidiram o jogo

– Foi um jogo muito duro e apertado. Senti que quando começamos o 2º tempo melhor, mais fortes, crescemos no jogo, e aí sofremos o gol de escanteio. A diferença de vitória e derrota é pequena. O jogo foi próximo. Eles exploraram Mbappé e Griezmann, mas nós controlamos isso bem. Fiquei feliz com isso. Não vimos contra-ataques perigosos. Com a bola, temos que dar crédito pela forma como a França defendeu. Eles respeitaram bastante. Não conseguimos um pouco de mágica ou sorte na frente do gol. Lloris fez defesas no segundo tempo. Acho que essa foi a diferença, um pouco de sorte em alguns momentos. Mas estou muito orgulhoso, demos tudo, perdemos, temos de aceitar e parabenizar a França.

Performance do time

– Estatísticas mostram posse de bola de 60%. Tivemos de ser bom em espaços curtos. Não foi sobre individualidades hoje. Toda a performance mostrou isso. Não vi a França mais forte mentalmente, é um jogo com margens bem pequenas. O primeiro gol é vital. Infelizmente, a margem é muito pequena, o gol saiu num escanteio. Não vejo problema na performance.

Gols sofridos de bola parada

– É uma grande parte da Copa do Mundo. Tivemos muito organizados, fomos fortes defendendo essas bolas. França é forte nisso também, sabíamos disso. Infelizmente hoje é essa situação, é uma diferença muito pequena e quando há esse tipo de margem uma bola parada faz a diferença.

Jejum de títulos

– Um pouco de sorte, algumas vezes há situações onde a bola sobra e não aconteceu. Não fazer o primeiro gol foi difícil, pelo jeito que a França jogou e desenvolveu a estratégia. O foco do grupo foi para tentar ganhar a Copa, não para fazer um bom torneio ou ficar entre os quatro. É triste. Era o único foco que tínhamos, isso me deixa feliz. Meus jogadores estão frustrados e desapontados, agora teremos um ultimo jogo. Queríamos jogar 7 partidas e conseguimos. Esses jogadores merecem um grande fim.

Mbappé

– É um talento excepcional. É uma grande ameaça, mas acho que lidamos bem com isso. O time soube neutralizar. O camisa 9 joga bem afundado para abrir espaços ao Mbappé. Acho que defendemos bem. Quando vê um time da qualidade a França, marcando um gol de escanteio, acho que foi bem. Ele é um jogador extraordinário.

Decepção pela derrota

– Acho que é parte da Copa do Mundo. É algo natural, normal. Não é uma desculpa. O jeito que iríamos jogar necessitava energia. Talvez sofreríamos mais, mas não acho que é um ponto que pode levar em consideração em uma Copa, tem de lidar com isso, eliminamos o Brasil. Não vamos olhar nesse sentido. Nós nos adaptamos da melhor maneira, levamos o jogo para onde queríamos, a performance não sofremos com contra-ataques, tomamos gol de uma situação de bola parada morta, e é algo que acontece. Tem de aceitar.

Futuro do futebol da Bélgica

– É cedo para fazer análises, temos de focar no último jogo, vamos ter a chance de brigar pelo 3º lugar. Depois vamos reagrupar, tem de olhar as coisas e ficar mais forte de um torneio para o outro. Bélgica tem jovens talentosos, acho que agora não é o momento correto para fazer uma análise assim.

Globo Esporte

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