(Foto: Reuters) |
Sem clube desde que encerrou o vínculo histórico com o Arsenal, Arsène Wenger concedeu poucas boas entrevistas. É como se o treinador de 68 anos ainda estivesse digerindo o fim da história que durou 22 anos no clube do coração... E da qual ele disse recentemente se arrepender.
Convidado de um programa da rádio francesa "RTL", Wenger foi perguntado sobre o maior arrependimento da carreira. A resposta:
- Me arrependo talvez de ter ficado no mesmo clube por 22 anos - afirmou.
- Eu sou uma pessoa que gosta de se mover, mas eu também gosto de um desafio. Só que eu acabei sendo um prisioneiro dos meus próprios desafios - completou ele.
Tricampeão da Premier League com o Arsenal, em uma delas de maneira invicta (2003/04), Wenger se definiu na entrevista como uma pessoa "egoísta na busca pelo que ama".
- Eu me arrependo por ter sacrificado tudo porque eu reconheço que machuquei muito as pessoas em minha volta. Negligenciei muitas pessoas, negligenciei minha família, negligenciei muitas pessoas próximas. No fundo, o homem obsessivo é um egoísta na busca pelo que ama. Ele ignora muitas coisas. Mas, ao mesmo tempo, tem um osso para perseguir - afirmou o treinador.
O técnico francês revelou, ainda, que recebeu durante todo esse tempo convites para dirigir a seleção da França.
- Sim, eu tive a oportunidade diversas vezes de ver o técnico da França. Mas eu sempre estive mais interessado no aspecto dia a dia de trabalho. Acho mais estimulador. É até uma questão que eu tenho me perguntado, se eu deveria ter sido técnico da França. Treinadores de seleções têm 10 jogos por ano. No clube, você trabalha em 60. Minha droga é a próxima partida. Então...
Henry e Vieira: os próximos
Arsène Wenger não falou apenas sobre o passado: o futuro também foi pauta na conversa. Ele acredita que Vieira e Henry, seus ex-comandados no Arsenal, serão grandes treinadores em pouco tempo.
- De vez em quando, me pergunto se Henry e Vieira serão bons treinadores. E eu sempre respondo "sim". Eles têm todas as qualidades, são inteligentes, conhecem futebol, têm um excelente conjunto de habilidades. Mas será que eles querem sacrificar o que é preciso? É uma obsessão que martela sua cabeça dia e noite. Você acorda às 3h da manhã pensando no time, táticas, formação - encerrou ele.
Globo Esporte
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