Messi desencanta, Argentina supera drama, bate a Nigéria e avança com herói improvável

(Foto: Reuters)


Bienvenida, Argentina! Dobro pozhalovat! Com toda dramaticidade digna de um tango inesquecível, os argentinos bateram a Nigéria por 2 a 1 nesta terça-feira, em São Petersburgo, desencantaram na Rússia e estão nas oitavas de final da Copa do Mundo. Messi abriu o caminho, Moses empatou, e Rojo. Sim, Marcos Rojo! foi o herói improvável da classificação aos 41 minutos do segundo tempo. Em Rostov, a Croácia ajudou vencendo a Islândia, e os hermanos têm clássico com a França pela frente.

A Argentina avançou às oitavas com uma vitória, um empate e uma derrota. Os quatro pontos foram suficientes para garantir a segunda colocação. Sábado, em Kazan, tem jogo contra a França. Já a Croácia, com 100% de aproveitamento, pega a Dinamarca, domingo, em Nizhny Novgorod. Nigéria, com três pontos, e Islândia, com um, se despedem.

Jorge Sampaoli apostou na experiência como cartada final na Copa do Mundo. A equipe que iniciou a partida tinha seis vice-campeões no Brasil e outros dois que foram cortados pouco antes. E foram eles que fizeram a diferença. Banega, em seu primeiro Mundial, mostrou que poderia ser útil a Sabella há quatro anos, Higuaín e Di Maria compensaram na disposição a atuação ainda abaixo com a bola nos pés, e Messi fez um gol. Por fim, Rojo, destaque da campanha no Brasil por causa de um corte de letra na área defensiva, converteu-se em herói. Os históricos, como os argentinos chamam, deram conta do recado.

Se fosse para os argentinos apostarem, provavelmente Marcos Rojo seria das últimas opções para resolver a partida desta terça. A boa participação na Copa no Brasil até catapultou o lateral. Do Sporting foi para o Manchester United. Na última temporada, apenas 12 jogos. Foram quatro anos de altos e baixos, apenas dois golzinhos e um jejum que já durava desde 4 de março de 2017. Brilho guardado para este 26 de junho. Chutaço com o “pé ruim”, terceiro gol pela seleção e um lugar na história. Nem que seja como o cara que evitou o vexame.

Uma equipe esfomeada, incansável, sem tempo a perder. A Argentina começou a partida como se quisesse pagar a cada minuto os 180 anteriores em que “passeou” na Rússia. Marcação alta, aproximação e muita intensidade. Outro time. De Mercado a Messi, passando principalmente por Di Maria e Higuaín, os hermanos não deixavam a Nigéria respirar, quanto mais pensar. Deu certo.

A primeira finalização, aos sete, era sinal do que viria pela frente. Messi se movimenta e abre espaço, Banega arma e serve Tagliafico, que chuta para fora. A entrada do volante do Sevilla deu dinamismo nos passes e liberdade para o camisa 10. E assim saiu o gol. Aos 14, linda assistência de Banega, domínio mais bonito ainda de Messi e gol com o pé direito. Enfim, desencantou.

A vantagem aumentou ainda mais os decibéis de uma torcida inquieta em São Petersburgo. Banega ainda serviu Di Maria, parado com falta, e Messi acertou a trave em primeiro tempo onde uma Nigéria atordoada praticamente não incomodou Armani. No intervalo, a Argentina estava nas oitavas de final.

Toda superioridade do primeiro tempo se transformou em dramaticidade para os argentinos na etapa final. Mascherano, que vinha destoando com passes errados, agarrou Balogun na área aos três. Pênalti bobo convertido por Moses. Era a Nigéria que avançava com o placar. Quase que simultaneamente, porém, chega a notícia de Rostov: gol da Croácia.

Atordoada, a Argentina se perde, erra passes, mas se segura. Sampaoli abre o time. Pavon, Meza e Agüero em campo. Cinco atacantes. Virou tudo ou nada. No contra-ataque, os nigerianos levam perigo. Após cruzamento na área, Rojo cabeceia no próprio braço. O VAR é acionado, a Islândia empate, mas o destino previa outro papel para o zagueiro do United.

A Argentina ataca como pode. Aos 35, cruzamento da esquerda, Higuaín surge na área e... perde de novo. Que sina! Seis minutos depois, o alívio. Um herói improvável. Lateral improvisado de zagueiro, Rojo, que é canhoto, surge na área para emendar de direita cruzamento de Mercado. O milagre está por questões de minutos. É o tempo que Perisic precisa para fazer o segundo da Croácia. A Argentina está viva na Rússia. Que venha a França!

Globo Esporte

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