Campeão inglês vive indefinição e admite precipitação em 1ª saída do Cruzeiro

(Foto: Getty Images)


Frase de um atacante que surgiu como promessa da base, acabou tendo chance no profissional e escolheu deixar o clube aos 17 anos, sonhando com uma oportunidade na Juventus, da Itália. Segundo ele mesmo, uma escolha, naquele momento, precipitada. Assim foi o começo da carreira de Léo Bonatini, jogador que acabou de ser campeão com o Wolverhampton, da segunda divisão inglesa, a chamada Championship. Agora, vive a indefinição se continua na Inglaterra, onde fica emprestado até 30 de junho, ou se volta ao Al-Hilal (Arábia Saudita), clube que detém seus direitos econômicos.

Bonatini passa os últimos dias de férias no Brasil e ainda não sabe onde irá jogar. Vive a expectativa de o Wolves exercer a compra dos seus direitos para poder atuar na Premier League, a primeira divisão da Inglaterra, no campeonato mais rico do mundo. Em conversa com o GloboEsporte.com, o atacante, de 24 anos, também disse que, um dia, espera voltar ao Cruzeiro e atuar pelo profissional.

O jogador chegou na Raposa com 2013 e foi se destacando na base. Com 17 anos, diante da indefinição se iria renovar e com uma proposta da Juventus em mão, o jogador decidiu partir para a Itália.

- Muita gente não sabe realmente o que aconteceu, muitos falam do Bruno Vicintin, que ele teria me tirado do Cruzeiro. Mas o Bruno foi o cara que mais me ajudou no Cruzeiro, foi quem mais me incentivou a tentar jogar no profissional, com que eu subisse. Na época que sai para ir para a Juventus, difícil falar se tomei a decisão certa, foi a opção que eu achei que seria melhor. Não teria ido para a Itália naquele momento, mas por outro lado foi uma experiência de vida boa. Aprendi muito taticamente lá, foi uma boa experiência de vida, fui morar sozinho no começo. Depois, meu pai foi morar comigo. Hoje, eu não iria, pela parte esportiva, não. Mas pela experiência de vida foi muito bom. Difícil saber qual rumo tomaria. Hoje, com a experiência, seguraria um pouco mais, ficaria no Cruzeiro - disse o jogador.

Idas e voltas

No meio de 2012, Leo Bonatini foi emprestado a Juventus por uma temporada, mas por lá teve poucas. O clube de Turim não exerceu o direito de compra, e o atacante voltou. Foi emprestado ao Goiás, mas também não muitas oportunidades no Centro-Oeste, voltando à Toca da Raposa em janeiro de 2014. Sem idade para atuar pelos juniores e espaço no profissional, acabou não tendo oportunidade de jogar com o técnico Marcelo Oliveira.

- Quando eu voltei, o Bruno Vicintin já tinha assumido a base, e ele queria muito fazer com que eu subisse para o profissional. Foi ele que fez com que eu ficasse, meu contrato estava no final, tinha propostas de outros clubes no Braisl, inclusive com maior salário, mas outras pessoas no clube não quiseram que eu jogasse, que eu atuasse no profissional no clube. É aquela coisa: no passado, você não quis jogar, você quis sair. Não quiseram. Falaram que tinha melhor jogador, mas eu não tenho mágoa do Cruzeiro, sou muito grato ao Cruzeiro. Foi a partir do Cruzeiro que fui para seleções de base - disse Bonatini.

Sem chances no Cruzeiro, Bonatini foi então emprestado pelo Estoril, de Portugal, onde conseguiu realizar 16 partidas e fazer quatro gols. O clube mineiro acabou vendo 50% dos direitos e, agora, em transações, têm direito a percentual por ser o clube de formação. De lá, foi vendido para o Al-Hilal, da Arábia Saudita, no segundo semestre de 2016. A segunda saída do Cruzeiro, aí sim, foi bem sucedida.

- Fui para o Estoril de empréstimo, depois de tentativas subir para o profissional, do Marcelo falar que não queria contar comigo no Mineiro. Não adiantava ficar aqui e não ter chance. Então, eu precisava jogar, de ter oportunidade. Fui bem no Estoril, acabei continuando e foi quando as coisas começaram a fluir.

O pensamento do atacante, vice-artilheiro do Wolverhampton na segunda divisão inglesa com 12 gols, agora é pensar no futuro do exterior. O jogador aguarda a definição entre os clubes para saber se parte para a Inglaterra, na próxima semana, ou se volta para a Arábia, onde tem contrato até o meio de 2019.

- Eu tenho contrato de empréstimo até 30 de junho. Se o Wolves não exercer a compra, eu retorno ao Al Hilal, onde tenho contrato de mais um ano. Nós não temos tanto poder de negociação, então deixei por conta dos meus empresários, estou fazendo planos de treinamentos que o próprio Wolves passou aos jogadores, como se fosse voltar para a fazer a pré-temporada. A gente gostaria de resolver o mais rápido possível, mas a gente sabe como é o futebol, ainda mais em ano de Copa do Mundo. Eu estou tranquilo, fiz uma temporada boa no Al Hilal antes de ir para o Wolves também, conquistei título nos dois clubes. Mais do que isso é esperar as coisas acontecerem naturalmente.

Globo Esporte

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