(Foto: Raphael Zarko) |
A passagem de Paulo Autuori pelo Fluminense chegou ao fim. O diretor esportivo de futebol deixou o cargo, na manhã desta segunda-feira, dia de reapresentação no CT Pedro Antonio após a vitória de sábado diante da Chapecoense.
Foi após o treino que uma reunião entre o presidente Pedro Abad, o vice de futebol Fabiano Camargo, o técnico Abel Braga e o próprio Autuori com o grupo de jogadores oficializou a saída. Contratado em dezembro de 2017, o dirigente ficou cinco meses no clube. Saiu insatisfeito com uma série de acontecimentos.
Pouco tempo depois da publicação do GloboEsporte.com, em nota oficial, Abad destacou o trabalho no período:
- Quero agradecer ao Paulo Autuori por todas contribuições que trouxe neste período conosco e pela conduta sempre transparente e íntegra enquanto esteve à frente do carro-chefe do nosso clube.
Autuori, na mesma nota oficial, desejou sucesso ao Fluminense:
- Foi uma honra ter a oportunidade de fazer parte dessa instituição histórica e vitoriosa. Desejo sucesso ao clube nos próximos passos daqui em diante.
O clima da conversa foi de lamento por parte de todos os integrantes do departamento de futebol. A relação de Autuori com todos era muito boa. Ainda no CT, após a conversa, Abad e Fabiano se despediram do agora ex-dirigente.
Antes mesmo de Auturi ter deixado o Flu, Abad tentou um substituto: Rodrigo Caetano. Este, porém, acertou com o Internacional, de Porto Alegre. O Tricolor está no mercado em busca de um novo nome.
Os motivos por trás da saída
A questão financeira do clube é um dos pontos que desagradou Autuori. Toda e qualquer negociação que envolve pagamentos no Tricolor é de difícil solução. Manter os salários dos jogadores em dia gerou desgaste para Autuori, principal elo entre o elenco e a direção.
A forma como o caso Kleber Gladiador foi conduzido foi um dos episódios que mais desagradou Autuori. O diretor desejava a preservação do atacante e se incomodou com o vazamento das informações de que ele teve a contratação desaconselhada pelo departamento médico em razão de problemas nos joelhos.
A saída do diretor executivo Marcus Vinícius Freire também contribuiu para a decisão. Foi o ex-superintendente do COB um dos principais responsáveis pela vinda de Autuori para o Fluminense.
Outro episódio de exposição reprovado foi a festa ainda no vestiário do Maracanã após o título da Taça Rio. Autuori queria algo mais restrito a jogadores e comissão técnica, e foi surpreendido com a presença de pessoas de fora do clube, entre eles Rubens Lopes, presidente da Ferj.
O turbilhão político das Laranjeiras também é um dos fatores que deixaram Autuori contrariado. Recentemente, cinco vice-presidentes deixaram o clube. Além disso, algumas correntes internas contestavam o trabalho do dirigente e questionavam até mesmo se valeria a relação custo-benefício.
Autuori, recentemente sondado pelo Flamengo para o cargo de diretor executivo, também tem o desejo de voltar a ser treinador. Isto, porém, não deve ocorrer no Brasil.
Globo Esporte
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