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A partir do dia 1º de novembro, atletas com hiperandrogenismo e que competem nas categorias femininas de atletismo - em provas de corridas de 400m a uma milha (1.609m) e com obstáculos - terão que adequar a novas regras da Federação Internacional de Atletismo (IAAF). A entidade divulgou nesta quinta-feira que competidoras que apresentem "diferenças de desenvolvimento sexual" (DSD) deverão baixar a taxa de testosterona para poder participar de provas internacionais.
Hiperandrogenismo é um distúrbio caracterizado pelo excesso de andrógenos como testosterona e afeta principalmente atletas intersexuais, como a sul-africana Caster Semenya, bicampeã olímpica na prova de 800m rasos. O caso volta a levantar uma discussão sobre a inclusão de gênero e o reconhecimento da identidade no esporte. Por conta de seus baixos tempos, a atleta passou por diversos testes para comprovação de gênero.
- Queremos que os atletas sejam incentivados a assumir o enorme compromisso e sacrifício necessários para se destacar no esporte e inspirar as novas gerações a aderir ao esporte e aspirar à mesma excelência - afirmou Sebastian Coe, presidente da IAAF.
Segundo a entidade, um estudo foi feito ao longo dos últimos anos e comprovou uma vantagem de atletas intersexuais e com altas produções de testosterona em diversas modalidades do esporte. Assim, as atletas que visam competir nas provas femininas em eventos internacionais ou registrar um recorde mundial e tiverem 5 nmol/L ou mais do hormônio no corpo devem reduzir a taxa abaixo deste nível por pelo menos seis meses e mantê-la abaixo para se manter apta às disputas.
- As pesquisas mais recentes que realizamos e os dados que compilamos mostram que existe uma vantagem de desempenho em atletas do sexo feminino com diferença de desenvolvimento sexual (...) O tratamento para reduzir os níveis de testosterona é um suplemento hormonal semelhante à pílula anticoncepcional tomada por milhões de mulheres em todo o mundo. Nenhum atleta será forçado a se submeter à cirurgia. É responsabilidade do atleta, em estreita colaboração com sua equipe médica, decidir sobre seu tratamento - disse o Dr. Stephane Bermon, do departamento médico e de ciência da IAAF.
Segundo comunicado da IAAF, nas mulheres, os índices de produção de testosterona ficam entre 0.12 e 1.79 nmol/L, enquanto nos homens, após a puberdade, vão de 7.7 a 29.4 nmol/L. A entidade afirma ainda que não há mulheres com testosterona natural acima de 5 nmol/L sem que haja diferença no seu desenvolvimento sexual ou um tumor.
Globo Esporte
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