(Foto: Reuters) |
Protagonista de uma das cenas mais marcantes do fim de semana no futebol mundial, o presidente do PAOK, Ivan Savvidis, tornou-se alvo de um investigação por parte da Federação Grega. De acordo com a agência "Reuters", a entidade que gere o futebol helênico abriu processo disciplinar contra o mandatário nesta quarta-feira, após a chegada de um representante da Fifa para auxiliar na crise.
Segundo a agência, Savvidis estaria sendo acusado de violar uma série de artigos do código esportivo local e, desta forma, poderia ser multado e banido de estádios de futebol por mais de cinco anos. A punição também poderia atingir o próprio PAOK com a perda de pontos no Campeonato Grego - esta questão seria resolvida pela organização da Liga.
A medida vem à tona no dia em que chegou ao país Herbert Huebel, líder de um comitê instalado pela Fifa na Grécia desde o ano passado para monitorar o futebol grego, que vem colecionando polêmicas e cenas de violência em campo nos últimos anos. Huebel se encontrou com o vice-ministro dos Esportes do país, Georgios Vassiliadis e com representantes da federação local.
Após o encontro, o representante da Fifa concedeu uma entrevista coletiva, na qual acabou se desentendendo com os jornalistas. Huebel afirmou que "seria difícil reiniciar o campeonato se certas coisas não mudassem", e os repórteres questionaram que coisas seriam essas, mas o representante não quis entrar em detalhes.
Então, o líder do comitê foi criticado por um jornalista, que questionou por que foi convocada uma entrevista coletiva, em vez de um comunicado, se algumas perguntas não estavam sendo respondidas. Huebel respondeu de forma dura.
- Pensamos que era a hora de convocar uma coletiva e falar. Seu comportamento pode indicar o que está errado no futebol grego. Ninguém está ameaçando a Grécia, mas preocupado com o que pode ser feito. Estamos aqui pelas ordens que recebemos. Não podemos ignorar o que aconteceu - disse.
A Fifa ameaçou excluir clubes gregos e a própria seleção de país de competições internacionais caso mudanças não sejam feitas na organização do futebol no país. Huebel afirmou que as investigações do comitê devem chegar ao fim ainda neste mês, e depois o material recolhido será analisado por órgãos disciplinares.
O estopim para tal crise foi a confusão no fim do clássico entre PAOK e AEK, rivais diretos pelo título grego, no último domingo. Após o PAOK, dono da casa, ter um gol anulado pelo árbitro já nos acréscimos, o presidente do clube apareceu no gramado com uma arma na cintura, ordenando que a equipe deixasse o gramado e reclamando da decisão do juiz.
O duelo foi interrompido antes do apito final, com os atletas do AEK e o árbitro rumando aos vestiários - e, após duas horas sem a bola rolar, a partida foi declarada como suspensa. De acordo com o PAOK, o placar oficial ficou em 1 a 0. A liga, porém, ainda não se manifestou oficialmente sobre a questão, nem mesmo quanto a possíveis punições para o clube anfitrião do jogo.
Após a confusão, o governo grego decidiu interromper o campeonato nacional no último domingo, restando cinco rodadas para o fim do torneio. O confronto entre Giannina e Smirnis, que seria realizado na última segunda-feira, foi o único adiado até agora. A 26ª rodada estava, a princípio, agendada para o próximo fim de semana.
A partida que causou a suspensão do campeonato esteve envolta em polêmica antes mesmo de a bola rolar, uma vez que, horas antes do confronto, a organização do torneio decidiu voltar atrás em uma suspensão contra o PAOK por uma confusão no confronto contra o Olympiacos. A equipe havia perdido três pontos, que foram devolvidos, e teria que jogar dois jogos com portões fechados - inclusive contra o próprio AEK - medida que também foi revogada.
Globo Esporte
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário!