Piloto do bobsled será o porta-bandeira do Brasil em PyeongChang


(Foto: Reprodução)


Nascido em Camamu, cidadezinha simples no sul da Bahia, Edson teve seu nome confirmado pelo chefe de missão do Brasil na Coreia do Sul, o ex-esquiador e presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve, Stefano. O piloto brasileiro foi adotado aos oito meses pelos paulistas Jair e Dirce Bindilatti. Não fosse isso, talvez nunca tivesse conhecido o esporte, o que lhe proporcionará tamanha oportunidade. Feliz, ele confessa que sempre sonhou com a chance.

- Foi uma sensação muito boa. Não esperava. É minha quarta Olimpíada e sempre tive o sonho de carregar a bandeira do meu país. Sabemos que tem muita gente torcendo e nos apoiando. Para mim, representar uma nação como o Brasil, que passa por dificuldades políticas e econômicas, enfim, trazer alegria, é muito importante - disse o atleta.

Criado em São Paulo, Edson só conheceu os pais biológicos há dois anos. Maria Balbina é seringueira, e Seu Augusto, que trabalhou com máquinas, está aposentado. Os dois não eram casados e sem condições de criar o bebê, optaram pela adoção. Foi no ano passado em que Bindilatti retornou até Camamu para enfim conhecer os 12 irmãos que nunca tinha visto. Tinha curiosidade de saber se eram parecidos com ele. Agora, tem certeza da festa no calor de Camamu, o que ajuda a aquecer o coração no frio de PyeongChang.

- Agora a gente tem torcida em Camamu, Ituberaba, pessoas que não conhecia. Meus pais biológicos, irmãos. Isso foi uma coisa muito emocionante na minha vida. Não os conhecia até dois anos atrás. Minha mãe adotiva sempre procurou que eu tivesse contato com eles, mas tinha pouco. Não sabia quantos irmãos tinha por parte de mãe e pai. Agora todos os anos vou lá para dar um abraço e sei que eles torcem muito por mim - garante o piloto do bobsled brasileiro, que mantém um grupo de WhatsApp com os irmãos.

Edson começou a carreira no atletismo. No ABC paulista, especializou-se no decatlo e foi campeão brasileiro em diversas oportunidades. Em 2000, não conseguiu classificação para a Olimpíada de Sydney e então aceitou o convite de um amigo para tentar a sorte no bobsled. Ao lado do então piloto Eric Maleson, participou com o Brasil em Salt Lake City 2002. Em 2004, em nova tentativa nos Jogos de Verão, não se classificou para Atenas 2004. De lá para cá, esteve nos Jogos de Inverno de Turim 2006 e Sochi 2014.

Em Sochi 2014, Jaqueline Mourão, do esqui cross-country, foi a porta-bandeira do Brasil. Isabel Clark teve a honra na cerimônia de encerramento. Em Vancouver 2010, a honraria foi ao contrário. Isabel carregou a bandeira brasileira na abertura e Jaqueline na festa de encerramento. Isabel Clark também foi a porta-bandeira da abertura de Turim 2006, e Nikolai Hentsch o da cerimônia de encerramento. Mirela Arnhold foi a porta-bandeira em Salt Lake City 2002.

Globo Esporte

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