Tóquio 2020: mulheres ganham espaço, provas mistas crescem, e radicais surgem

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A maior mudança da história da Olimpíada. Assim são vistas as alterações no programa para Tóquio 2020, evento marcado para se iniciar daqui a 1000 dias, em 24 de julho. O principal fator é o aumento da participação feminina: elas serão 48,6% dos atletas na competição, contra 45% de 2016, no Rio de Janeiro. A trigésima segunda edição dos Jogos também marca a inclusão de modalidades radicais, como surfe, skate e ciclismo BMX freestyle, em uma clara aproximação com o público jovem. O Comitê Internacional também mostrou um carinho especial para as provas mistas, disputadas por homens e mulheres, que tiveram um aumento significativo, com a inclusão de competições deste tipo em sete esportes. Serão 339 medalhas de ouro em disputa, o que torna o evento o maior da história dos Jogos Olímpicos. Até então, esse recorde era da edição carioca, com 306 disputas.

Mulheres cada vez mais presentes

O Comitê Olímpico Internacional (COI) tem mostrado bastante preocupação com a igualdade de gêneros. Por isso, modalidades até então dominadas, em número de atletas, pelos homens, tiveram que mudar o programa para os Jogos de 2020. Na canoagem, por exemplo, os homens disputavam 11 provas e as mulheres apenas cinco, agora, para 2020, cada sexo terá oito disputas, igualando o número de atletas e eventos que distribuem medalhas. O remo seguiu o mesmo caminho. Pela primeira vez a modalidade terá o mesmo número de homens e mulheres.

O tiro foi por outro caminho. Na Olimpíada de 2016, eram nove provas masculinas e seis femininas. Para os Jogos de Tóquio, o número de disputas femininas foi mantido, mas as masculinas caíram de nove para seis. A novidade foi a entrada das provas mistas, três. Já o judô, finalmente igualou o número de atletas. Se para o Rio 2016 as categorias masculinas tinham mais de 30 judocas na chave, e as femininas por volta de 20, agora, em 2020, os números serão igualados.

O boxe, esporte que teve a inclusão das mulheres pela primeira vez somente em Londres 2012, ainda está distante de uma igualdade, mas está no caminho para tal. Nos Jogos de Tóquio, serão oito categorias masculinas e cinco femininas, com uma disparidade ainda grande no número de atletas (206 a 80), mas menor do que foi visto no Rio (250 a 36).

Provas mistas

As provas mistas viraram moda para o Comitê Olímpico Internacional (COI). A entidade apoiou a entrada de sete disputas que envolvem homens e mulheres. Essas disputas não devem aumentar o número de atletas na Olimpíadas, já que, na grande maioria das vezes, estes já estarão classificados para os eventos individuais. Até os Jogos do Rio, apenas badminton, vela e tênis tinham a prova de duplas mistas.

Importante lembrar que o hipismo é o único esporte em que homens e mulheres competem em igualdade de condições, lutam pela mesma medalha. Desde a inclusão feminina na modalidade, essa é a regra.

Mais radical

Surfe, skate e ciclismo BMX Freestlye são as novidades radicais do programa dos Jogos Olímpicos. O esportes das ondas, a princípio, será disputado na praia de Chiba, onde já foram disputadas algumas etapas da segunda divisão do Circuito Mundial. O skate terá quatro categorias, duas no masculino e duas no feminino, e o tradicional Half Pipe está fora do programa. As disputas serão no street e no park. No ciclismo BMX Freestyle, na categoria park, terá apenas 18 atletas, nove no masculino e nove no feminino, e é uma aposta ousada do COI.

Ainda foram incluídos o caratê, que há mais de duas décadas lutava para fazer parte dos Jogos, a escalada, uma outra aposta arriscada do COI, e o basquete 3x3, disputado em meia quadra. Por fim, a volta do beisebol, só no masculino, e softbol, só feminino, depois de 12 anos de ausência.

Um ponto importante dos novos esportes é que praticamente todos contam com o mesmo número de homens e mulheres. A exceção é o beisebol, que conta com um elenco de 24 jogadores por equipe, enquanto o softbol conta com 15.

Programa completo

Quais são as provas em cada uma das modalidades para os Jogos de 2020? O Comitê Olímpico já divulgou quase tudo, faltando apenas a confirmação dos pesos do boxe e do levantamento de peso masculino. Essas duas modalidades tiveram redução drástica, e inesperada, da participação dos homens, o que fez com que as respectivas Federações ainda não divulgassem as categorias para Tóquio 2020.

Globo Esporte

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