Abel Braga rebate reportagem que morte de filho estaria atrapalhando seu desempenho no Flu

(Foto: Reprodução)

Por Redação Blog do Esporte


Uma reportagem do jornal “O Globo”, publicada nesta sexta-feira (29) no caderno de esportes, destaca o receio da diretoria do Fluminense em relação ao treinador Abel Braga, que perdeu o filho em um acidente no início de agosto. Segundo a publicação, a morte do filho estaria atrapalhando o trabalho de Abel Braga no clube carioca.

Com isso, o canal SporTV, durante o programa Redação SporTV, abriu espaço para uma declaração do treinador a respeito do material publicado pelo jornal impresso. Abel foi categórico ao dizer que se sente bem trabalhando como técnico e que sua vida profissional não se mistura com a pessoal.

“O que acontece é surpreendente. Vou te falar, eu não sei se isso faz parte da nossa cultura, desse sangue latino. O Rafael Oliveira [repórter de "O Globo"] perguntou [na coletiva] se eu estava abatido pelo problema do meu filho. Acabou a entrevista, eu passei pelo corredor e perguntei para ele: ‘Por que você me perguntou isso? Hoje, um mês após a morte do meu filho, você veio me perguntar se eu estava abatido’. Primeiro que a minha vida pessoal não tem nada com a profissional. Eu disse para ele que, dois dias após o falecimento do João, eu estava dando treino e, quatro dias depois, eu estava no Recife comandando o time contra o Sport. Assim foram todos os dias até agora. Isso aqui é uma coisa que me faz bem. É lamentável as pessoas que perguntam determinadas coisas e querem que você responda determinadas coisas que interessam para elas. Eu não respondo. Eu o questionei, educadamente, o motivo da pergunta. Ele não tem que me fazer essa pergunta. Ele está aqui para me falar sobre o Fluminense. Situações sobre mudanças, sobre o momento e o que eu espero. Eu falo que a minha grandeza está na verdade. A dedicação que eu tenho com esse clube é ímpar. Me sinto bem no clube, com as pessoas, com o torcedor”, disse.

O treinador aponta as lesões como grande problema para o desempenho do Fluminense, que não o agrada nesta altura do campeonato.

“Posso ter me abatido, sim. O time não vem jogando bem. Fez um primeiro tempo muito ruim, não vem conseguindo resultados. Mas tudo dentro de situações bem que o Fluminense foi montado três, quatro vezes neste ano. Problemas de contusões. Quando você começa um trabalho e fica sete jogos sem sofrer um gol (...). Essa equipe não está formada, não. Ela está a ter o retorno de peças importantes. É a terceira formação em oito meses, já que começamos a jogar em fevereiro. Agora, se isso veio de colocações de pessoas do clube, é alguém querendo tirar responsabilidade. Mas isso não muda nada porque o meu laço aqui é muito forte. Estou muito bem aqui e não transfiro responsabilidade. Após o jogo contra o Palmeiras, eu me responsabilizei totalmente pela escalação da equipe. Quero culpar fracassos e resultados ruins e jogar isso para um lado pessoal meu... Para quem me conhece, isso é só mais um detalhe. Eu tive um clássico nos Emirados Árabes e perdi a minha mãe. Para chegar ao Rio de Janeiro e acompanhar o enterro teria que ser três dias de velório. E eu não estive no velório e enterro da minha mãe. Eu sei separar o lado pessoal do profissional. Que fique bem claro que, da forma como surgiu, foi uma covardia porque não foi dessa maneira que foi colocado na própria pergunta. Agora, se veio de alguém do clube, eu lamento muito porque é mais covardia ainda. Aqui dentro a gente sabe o que está se passando. E vocês que estão fora não sabem 50%”.

Abel Braga chegou a receber duas propostas da seleção dos Emirados Árabes Unidos, além de uma proposta do Porto em maio, mas recusou todas em comprometimento ao trabalho realizado no tricolor das Laranjeiras.

“Eu me sinto bem aqui, não sei se me interessa sair do Rio. Eu me apego muito à verdade. Se as pessoas agirem com lealdade comigo, isso me quebra muito. Não sei se não me prejudica por recusar situações. Tenho boa relação com o clube, com a torcida e com os jogadores”.

O Fluminense volta a campo no domingo, às 16h, contra o Grêmio, em Porto Alegre.

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