(Foto: Reprodução) |
Quinze minutos de celebração na Arena Condá. Se o duelo com o Cruzeiro é rodeado de tensão pela necessidade da vitória para deixar a zona de rebaixamento, o torcedor da Chapecoense presenciará um espetáculo para relaxar durante o intervalo da partida pela 23ª rodada do Brasileirão: o Audax fará uma exibição de futebol para amputados. O convite partiu de Jakson Follmann, embaixador do Verdão, e cada vez mais engajado no movimento paralímpico.
O ex-goleiro, que teve parte da perna direita amputada após o acidente de 29 de novembro, pisará no gramado da Arena pela terceira vez desde então, a primeira como centro das atenções. Na primeira partida do ano, amistoso diante do Palmeiras, Follmann teve a companhia de Neto e Alan Ruschel, e depois foi ovacionado na festa do título catarinense. Agora, será especial e o sobrevivente, que tinha a missão de evitar gols, espera balançar as redes:
- Voltar a entrar no campo da Arena é uma sensação única, poder proporcionar essa demonstração dos meninos do Audax. É um momento ímpar e prazeroso, porque, com muito orgulho, também sou amputado. Nossa torcida vai gostar. Se tiver uma brecha, bato um pênalti (risos).
A participação de Follmann se dará pelo caráter festivo. Apesar de mostrar habilidade em rodas de altinha (veja o vídeo acima), ele não tem a pretensão de se tornar atleta da modalidade. Homenageado pela Câmara dos Deputados com o prêmio nacional de inclusão de pessoas com deficiência, o ex-goleiro teve o primeiro contato com o esporte paralímpico ainda no início do processo de reabilitação, em São Paulo. Apresentar novas modalidades ao público de Chapecó e demonstrar capacidade onde muitos enxergam limitação é um dos objetivos.
- É uma oportunidade para as pessoas verem que a limitação está na cabeça e existe uma vida após a amputação. É um esporte pouco visto, e é uma chance de os meninos mostrarem que podemos, sim, praticar esporte mesmo quando não se tem um membro.
Único biamputado do mundo a fazer embaixadinhas, Maurício Nery se apresentará juntamente com o time do Audax. Coordenador geral do projeto, ele vibra com a oportunidade de exibição em uma partida da Série A do Brasileirão.
- Todos tinham o sonho de ser jogador, mas, infelizmente, perderam a perna, seja por acidente ou doença. O Follmann nos ajuda a fazer essa inclusão no futebol. Ele mesmo vai se surpreender com o que vai ver. Agora, faz parte da nossa família.
O futebol para amputados é disputado com muletas, sem a utilização de próteses. Já os goleiros precisam ter um dos braços amputado ou com má formação. A modalidade não faz parte do programa dos Jogos Paralímpicos.
Globo Esporte
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