Alfinetadas: Passagem de Milton Mendes no Vasco mostra como o técnico perdeu seu valor no futebol brasileiro
(Foto: Paulo Fernandes / Vasco) |
Por Nicholas Araujo
Redação Blog do Esporte
Todos aqui sabem (ou pelo ouviram algo) do período em que Milton Mendes foi técnico do Vasco. Sem fazer um trabalho primoroso, o treinador teve alguns atritos com jogadores como Nenê, teve problemas internos que culminaram na saída de atletas como Rodrigo, além de ser muito questionado no cargo pela torcida.
O que foi surpreendente foi a entrevista coletiva do agora ex-técnico, ao lado do presidente Eurico Miranda, quando foi anunciado sua saída. O treinador não poupou elogios para o elenco e para o mandatário cruzmaltino, além de se sentir feliz com a passagem pelo clube. Algo muito estranho por tudo que foi veiculado a seu respeito.
Em resposta, Milton Mendes concedeu uma entrevista para o Globo Esporte, um dos primeiros veículos a questionar os bastidores do Vasco, onde Milton parece colocar “panos quentes” nas polêmicas. O churrasco que não deu certo, a forma física de Nenê, entre outras coisas foram explicadas, mas não convenceu.
Como um treinador se sente feliz pela passagem em um clube onde não agregou nada e vice-versa? Como ele pode estar feliz se o elenco em si já não o queria mais no cargo?
O sentimento é de que técnicos mais “modestos” tem medo de perder o mercado se disser algo fora do contexto. A verdade parece ficar mascarada quando as coisas são desfeitas – como foi a demissão – e tudo não passa de um “mal-entendido”.
Atualmente, no Brasil, a profissão de treinador de futebol está marginalizada. O profissional não recebe o devido apoio, se torna algo a parte do elenco que entra em campo, mas sofre duras consequências quando o trabalho não agrada, além de ter que posar de bom moço para a imprensa massacrante. E isso ficou claro na saída de Milton. Uma pena que a realidade seja tão cruel.
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