Mateus Evangelista voa na final dos 100m T37 e é campeão mundial em Londres

(Foto: Reprodução)


Dois dias depois de conquistar a medalha de prata nos 200m T37 (atletas com paralisia cerebral), Mateus Evangelista voltou à pista do Estádio Olímpico de Londres para correr a final dos 100m da mesma classe. Classificado como segundo colocado na sua bateria da semifinal, o rondoniense tinha pela frente o favorito e recordista mundial (11,42s) Charl Du Toit, da África do Sul. Como num raio, o brasileiro arrancou para o inédito título de campeão do mundo, deixando o sul-africano com a prata - foi o sexto ouro do Brasil no Mundial de Londres. Aos 23 anos, Mateus revelou que o título teve um sabor de redenção com uma prova que estava "engasgada" desde a Rio 2016.


- Estava engasgado com essa prova desde a Paralimpíada do Rio. Sabia que se fizesse uma saída muito boa, ninguém poderia me alcançar. É ouro! Ouro do Brasil. Tirei um peso das costas, porque nem subi no pódio nessa prova na Paralimpíada. Hoje mostrei que sou capaz e agora é descansar para o salto em distância amanhã - disse Mateus, que é vice-campeão paralímpico nesta prova.

O atleta nascido em Porto Velho cruzou a linha de chegada em 11,48s, enquanto o sul-africano fez os 100m em 11,55m. Vladyslav Zahrebelnyi, da Ucrânia, completou o pódio, fechando em terceiro, com o tempo de 11,69m.

Com a mão e a perna direitas sem movimentação total, devido a um problema no parto, Mateus Evangelista entrou no esporte aos 13 anos. O início foi no atletismo e, já na sua primeira Paralimpíada Escolar - duas semanas depois de começar a treinar - conquistou medalhas de ouro nos 100m, nos 200m e no salto em distância.

Em 2009, o rondoniense conheceu o futebol de 7 durante uma viagem ao Rio de Janeiro e começou, também, a praticar o esporte, atuando como goleiro. No mesmo ano, foi o arqueiro menos vazado no Parapan Juvenil de Bogotá, na Colômbia. Muito disputado entre os treinadores, Mateus optou por ficar apenas no atletismo a partir de 2012.

- Não dava para conciliar os dois. Fui goleiro, gostava muito da minha função, mas tive que optar por uma e escolhi o atletismo e hoje estou dando alegria a vocês - disse o atleta.

Mateus trocou Porto Velho por São Paulo há quatro anos. Treinando atualmente no Clube Bovespa (São Caetano do Sul) e no Centro de Treinamento do Comitê Paralímpico Brasileiro, o corredor não esquece das origens.

- Moro em São Paulo, mas a minha cabeça está em Rondônia. A minha casa ainda está lá em Porto Velho, fico em São Paulo só para treinamento. Dedico essa medalha ao povo de Rondônia, porque eu sou um cara que nunca me esqueço das origens - finalizou.

Ainda nesta quinta, o sul-mato-grossense Fabrício Júnior ficou em terceiro na bateria 3 da eliminatória dos 200m T12, com o tempo de 22.90. Com o resultado, o brasileiro não passou à final da prova. Daniel Mendes, que correria a semifinal dos 200m T11, não participou da prova. O velocista não melhorou da lesão sofrida na final dos 400m, quando caiu próximo da linha de chegada.

Globo Esporte

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