(Foto: Wagner Carmo/CBAt) |
Atual campeão olímpico do salto com vara, o brasileiro Thiago Braz está fora do Campeonato Mundial de Atletismo, que começa na próxima sexta-feira, em Londres, na Inglaterra, e vai até o dia 13 de agosto. A informação foi publicada inicialmente pelo jornal "Folha de S.Paulo" e confirmada pelo GloboEsporte.com. Segundo a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), o atleta foi cortado por problemas físicos: lesão na panturrilha no Troféu Brasil e dores nas costas.
Através de comunicado da sua assessoria de imprensa, Thiago Braz falou sobre a ausência no Mundial de Londres:
A CBAt, o Pinheiros e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) mandaram uma fisioterapeuta para acompanhar o atleta, que está na Europa, onde mora na cidade Fórmia, na Itália. O presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernandes, o Toninho, lamentou a ausência do campeão olímpico, mas ressaltou que o que importa no momento é a recuperação física de Braz.
- Infelizmente a lesão não regrediu e o saltador e seu treinador (Vitaly Petrov) decidiram pedir dispensa da convocação. Claro que ele fará falta ao Brasil, mas o mais importante, agora, é que ele busque sua plena recuperação.
De acordo com Antônio Carlos Gomes, superintendente de alto desempenho da CBAt, o corte do campeão olímpico foi para poupá-lo, já que o brasileiro passou por lesões e ficou parado por um tempo para a recuperação. Mas lembrou que Braz "não atravessa grande fase".
- O Thiago sentiu uma lesão na panturrilha no Troféu Brasil. Ele voltou para a Itália e ficou fazendo um período de fisioterapia e recuperação. Perdeu um período importante de treinos fortes. Depois, nessas caídas nos colchões, sentiu uma lesão nas costas e perdeu mais tempo se recuperando. Foi aí que decidimos sacá-lo do Mundial. Ele é o atual campeão olímpico, nós e o mundo todo esperamos muito dele, mas seria uma irresponsabilidade nossa nesse momento. O Thiago não atravessa grande fase. Nós não temos dez, não temos 20 campeões olímpicos, temos um só e precisamos poupá-lo para o futuro. Não vamos arrebentar o cara. É um ano de ressaca dos Jogos, não só dele, mas de todo mundo. Você vai ver isso no Mundial. A decisão foi tomada em conjunto. Nós nos reunimos ontem (quinta). Falo com o Vitaly (Petrov, técnico do Thiago Braz) todo dia pelo telefone, toda semana temos esse feedback dele - disse.
Thiago Braz não vem tendo um bom desempenho nas últimas competições. Na semana passada, no dia 21 de julho, voltou a mostrar irregularidade durante a etapa de Mônaco da Diamond League. O paulista precisou de cinco saltos para igualar sua melhor melhor marca na temporada outdoor (5,60m) e falhou nas três tentativas de ultrapassar o sarrafo a 5,72m, se despedindo em 9º e antepenúltimo lugar pelos critérios de desempate.
No dia 16 de julho, ele passou em branco na etapa de Rabat, no Marrocos, da Diamond League. Braz não conseguiu ultrapassar o sarrafo a 5,40m nas três tentativas. Foi a segunda vez neste ano que o saltador ficou sem marca em uma etapa do principal circuito internacional do atletismo. Em maio, no dia 27, não conseguiu executar um salto sequer na etapa de Eugene, nos Estados Unidos.
Entre as etapas de Rabat e Eugene, Braz participou do Grande Prêmio Brasil, no dia 3 de junho, em São Bernardo do Campo, São Paulo, e ficou com a medalha de prata. O campeão olímpico saltou apenas 5,40m, ficando atrás de Augusto Dutra (5,60m). Foi a primeira vez que ele competiu no Brasil desde o ouro nos Jogos do Rio, em agosto de 2016.
A melhor marca do ano de Braz foi na etapa de Xangai, na China, da Diamond League, no dia 13 de maio. Foi o primeiro encontro em competições outdoor entre o brasileiro e o francês Renaud Lavillenie na temporada, mas quem se deu melhor foi o americano Sam Kendricks. Ele venceu com a marca de 5,88m, enquanto Thiago ficou fora do pódio, na na quarta posição, com 5,60m. Lavillenie foi prata, com 5,78m.
Outro corte; novas convocações
Mais cedo, a notícia de outra baixa na delegação brasileira. Núbia Soares, quarta melhor atleta do mundo do salto triplo em 2017, também foi cortada do Mundial. A atleta de 21 anos teve uma ruptura parcial da fáscia plantar (a membrana que recobre a musculatura da sola do pé) e decidiu nesta quinta-feira, junto a seu técnico, Tide Junqueira, não ir à principal competição do ano. O risco era de ruptura total.
Quem recebeu uma boa notícia foi Paulo Sergio Oliveira, campeão do Troféu Brasil e do Campeonato Sul-Americano no salto em distância. A CBAt o convocou após a lista inicial de terça-feira, assim como Vanessa Spinola e Tamara Alexandrino, ambas do heptatlo.
- No começo, quando saiu a lista oficial e não vi meu nome, fiquei bem triste, mas meu treinador (Aristides Junqueira) disse que ia brigar para conseguir (minha vaga) porque era um direito. Sempre confiei na convocação, mas ontem de manhã teve a confirmação de mais alguns atletas e meu nome não estava, aí pensei que não ia dar mesmo. Só que depois saiu outra nota oficial, aí eu explodi por dentro, fiquei muito, muito feliz mesmo - comemorou Paulinho.
Na última terça-feira, a CBAt anunciou a lista de convocados para o Mundial de Londres, principal competição do ano, com 34 atletas. O destaque, claro, o campeão olímpico Thiago Braz. Agora, as melhores chances de medalha do Brasil ficam por conta de Caio Bonfim e Erica Sena, da marcha atlética, e Darlan Romani, do arremesso de peso. Depois dos cortes de Thiago Braz e Núbia Soares e de novas convocações, a delegação do país terá 35 atletas. A competição será disputada de 4 a 13 de agosto, no Estádio Olímpico Rainha Elizabeth - palco do atletismo nos Jogos Olímpicos de 2012.
Globo Esporte
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