(Foto: Reprodução) |
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu interditar o Estádio Serra Dourada por conta da briga entre torcedores após o clássico entre Goiás e Vila Nova. O despacho do presidente Ronaldo Botelho Piacente, ocorrido na noite de quarta-feira, atende pedido da Procuradoria, que quer uma solução para evitar o acesso da torcida à antiga geral. O setor está fechado, mas foi o local onde ocorreu toda confusão. Os clubes também foram denunciados.
As cenas de violência ocorreram no último sábado, logo após a partida. Imagens mostram o confronto e o momento em que um torcedor esmeraldino é espancado. Ele chegou a ficar desacordado, mas foi socorrido consciente e levado ao hospital, recebendo alta no mesmo dia. A Polícia Civil investiga o caso e já identificou algumas pessoas, mas disse que não vai passar mais informações para não atrapalhar a apuração. Dentro de campo, o Vila venceu a partida por 2 a 0.
Na denúncia, a Procuradoria ressaltou que a geral está interditada, “mas de facílimo acesso, foi transformada em cenário de selvageria. Enquanto for possível, ou ao menos, fácil, o acesso à geral, não haverá segurança no estádio”.
A praça só será liberada depois que toda a adequação estrutural for concluída e aprovada por uma vistoria da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Clubes denunciados
Além de deferir o pedido de interdição, o STJD acatou a denúncia contra os dois times por descumprimento do regulamento (Art. 191, inciso III) e por não prevenirem e reprimirem as desordens após o fim da partida (Art. 213). A punição aos clubes pode se dar por meio de multa de R$ 100 a R$ 100 mil ou até mesmo na perda do mando de campo. O julgamento ainda não foi marcado.
Em caso de punição, os clubes podem perder de um a dez mandos de campo. A situação pode se dar desde jogar com portões fechados em Goiânia ou serem obrigados a mandar as partidas a uma distância mínima de 100 km da capital - neste caso, com presença de público liberada.
Os dois estádios mais próximos que costumam ser utilizados nesses casos são o JK, em Itumbiara, na região sul de Goiás, e o Mané Garrincha, em Brasília.
Susto
Durante a briga, uma cena chamou atenção. Com o filho no colo, um torcedor esmeraldino foi flagrado com as mãos para cima, gesto repetido pela pequena criança de cinco anos. O torcedor é Warley Ferreira, de 39 anos, que, justamente por causa da violência, não costumava mais frequentar o clássico.
Warley só foi assistir o jogo porque o filho, Heitor, ganhou o direito de entrar em campo com os jogadores do Goiás. Heitor é aluno da escolinha do clube. Em entrevista ao GloboEsporte.com, o pai explicou por que ergueu o braço e foi em direção à polícia. Segundo ele, sua intenção era se identificar como pai de família e evitar que ele e a criança se machucassem.
- O susto foi grande, mas estamos bem. Só fui porque meu filho entrou em campo com o time. Queria que ele sentisse esse clima do jogo. Também fui porque não houve briga na final do Campeonato Goiano. Na hora da briga em pensei apenas em não correr para onde todos estavam correndo. Achei que fosse pior e que poderíamos ser feridos com bombas ou bala de borracha, por exemplo. Fui em direção à polícia porque queria mostrar que era um pai de família – contou Warley, por telefone.
Globo Esporte
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