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Menos um problema para o Inter. O clube chegou a um acordo com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para o pagamento da multa em razão do uso dos e-mails adulterados no caso Victor Ramos. Conforme pedido pela direção, os R$ 810 mil serão parcelados em oito vezes. Assim, o assunto está encerrado nos tribunais.
A primeira parcela será de R$ 110 mil, e as outras sete, de R$ 100 mil. O valor equivale aos R$ 720 mil referentes à multa aplicada ao Colorado pela anexação dos documentos falsos no processo, além dos R$ 90 mil da punição ao ex-presidente Vitorio Piffero, débito que o clube assumiu. Vale lembrar que Inter e Procuradoria do STJD decidiram não recorrer da decisão dos auditores.
Denunciado pelo uso de uma troca de e-mails adulterada como prova no Caso Victor Ramos, o Inter foi enquadrado no Artigo 61 do Código Disciplinar da Fifa. O texto previa como penas até a exclusão ou suspensão de uma competição nacional, além de sanção que proíba o clube de realizar transferências de jogadores durante período determinado e o pagamento de multa. Contudo, em julgamento no início do mês, os auditores do STJD entenderam que a pena de exclusão não se aplicava neste caso, assim como a proibição de adquirir atletas.
O ex-presidente Vitorio Piffero também foi punido com suspensão de atividades relacionadas ao futebol por 555 dias, além de multa de R$ 90 mil. A decisão foi proferida por unanimidade, em sessão com mais de quatro horas de duração, no último dia 13.
O inquérito e os e-mails utilizados pelo Inter
Na luta contra o rebaixamento na Série A em 2016, o Inter entrou com um pedido no STJD para fazer parte como interessado do processo que apurava a suposta escalação irregular do zagueiro Victor Ramos pelo Vitória. O clube alegava que a transferência do jogador, que pertencia ao Monterrey, do México, para o o clube baiano foi ilegal. E para comprovar sua denúncia, anexou ao processo uma troca de e-mails entre o diretor de registros da CBF, Reynaldo Buzzoni, e a direção do Vitória.
Nas mensagens, o diretor da CBF teria orientado os baianos a adotar procedimentos internacionais para inscrever o zagueiro e não nacionais, como foi feito. A alegação do clube gaúcho era de que isso caracteriza uma irregularidade, passível de punição. Duas perícias, no entanto, uma feita no Rio de Janeiro e outra em São Paulo, apontaram que os e-mails foram adulterados. Segundo um dos laudos, quando comparados aos originais, os e-mails apresentados pelo Inter "exibem inúmeras alterações em relação ao seu conteúdo, uma vez que sofreram modificações capazes de descaracterizar o seu sentido original".
O inquérito do STJD aponta que os e-mails originais partiram do ex-diretor do Vitória, Anderson Barros, em 29 de fevereiro de 2016, e que passaram por empresários e advogados antes de chegaram ao Inter. O primeiro a fazer adulterações nas mensagens teria sido o empresário do próprio jogador, Fransico Godoy. O Inter protocolou as mensagens no STJD no dia 7 de dezembro, só 81 minutos depois de recebê-las.
Inter foi até a Suíça. Sem sucesso
No dia 8 de dezembro, o auditor Glauber Guadelupe, vice-procurador-geral do STJD, arquivou o pedido do Inter. Insatisfeito com a decisão do tribunal, o Inter entrou novamente, no dia 12 de dezembro, com um pedido de reexame do caso Victor Ramos no STJD. Uma semana depois, o procurador-geral do STJD, Felipe Bevilacqua, optou por manter o caso arquivado.
Sem obter sucesso no STJD, o Inter levou o caso à Suíça. Em janeiro desse ano, o clube ingressou com uma ação na Corte Arbitral do Esporte (TAS), com sede em Lousanne, para tentar reabrir o processo. Após a audiência de terça-feira, o julgamento foi suspenso por 48 horas para os árbitros analisarem a competência sobre o assunto. No dia 6 de abril, eles decidiram não levar o processo adiante, e o Caso Victor Ramos foi encerrado.
Globo Esporte
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