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Duas deputadas bolivianas acusam formalmente o Governo da Bolívia e membros do sistema judiciário do país de tentar acobertar os responsáveis pelo acidente da Chapecoense, em que morreram 71 pessoas. Uma das parlamentares, Érika Justiniano, está em visita a Chapecó nesta terça-feira, para levar as informações às autoridades brasileiras. Ela se reunirá com a presidência do clube, depois com familiares de vítimas e, por fim, com o Ministério Público Federal de Chapecó. Para elas, "não há a menor possibilidade que o caso se esclareça" como vem sendo conduzido pelo Ministério Público boliviano.
Érika Justiniano e Norma Piérola afirmam que o procurador-geral da Bolívia, Ramiro Guerrero, para "encobrir" suas responsabilidades e "perseguir inocentes". Elas se referem à tentativa de incriminar a funcionária da Aasana (espécie de administradora de aeroportos e responsável pela navegação aérea do país) Célia Castedo pelo acidente em novembro de 2016. A boliviana teve de sair às pressas do país e, atualmente, está em processo de pedido de refúgio no Brasil.
"Somos conscientes de que na Bolívia não existe a mais mínima possibilidade que o caso se esclareça e os responsáveis desta tragédia respondam ante a Justiça. Além disso, podemos afirmar que o Ministério Público na Bolívia tem uma atitude de ACOBERTAMENTO. Como deputada nacional tenho a obrigação de dizer que (nós) os bolivianos não somos irresponsáveis nem somos acobertadores, o irresponsável é o governo boliviano e o acobertador é o Ministério Público boliviano. Por isso, em meu nome e de todos os bolivianos, expressamos nossa dor e solidariedade com todas as famílias e reitero meu compromisso de contribuir no esclarecimento deste fato e cooperar com o objetivo de que os culpados e acobertadores respondam ante a Justiça", escreveram Justiniano e Piérola em carta que será entregue ao presidente da Chapecoense, Plínio David de Nes Filho nesta terça.
Além de Ramiro Guerrero, as parlamentares acusam nominalmente o ministro Milton Claros, de Obras Públicas e Transporte. Ele deve responder como chefe da DGAC (a ANAC boliviana) por ter permitido a operação da companhia aérea LaMia, que segundo as deputadas não tinha licença para voar na Colômbia.
Elas dizem na carta, que enviaram duas notificações ao ministro e seu colega o ministro Luís Arce Catacora (economia e Finanças Públicas), mas que não obtiveram respostas. Ele é o responsável no país por fiscalizaqr as condições de seguros.
De acordo com a CNN, a LaMia estava com o seguro obrigatório suspenso desde outubro de 2016, por falta de pagamento. Justiniano e Piérola acusam o Governo de pressionar a seguradora Bisa Seguros y Reaseguros de dizer publicamente, após o acidente, que a apólice estava vigente.
ESPN
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