(Foto: Reprodução) |
A força da torcida e a entrega dos jogadores não foram suficientes para manter a Rússia viva na Copa das Confederações. Empurrada por uma Arena Kazan lotada por um público presente de 45.585, a seleção anfitriã bem que tentou superar as dificuldades técnicas e conquistar uma classificação histórica para as semifinais. Mas perdeu para o México por 2 a 1, de virada, neste sábado. Samedov fez a esperança se realizar por alguns minutos, mas Araujo igualou pouco depois, ainda no primeiro tempo, e Lozano selou a queda russa com ajuda de Akinfeev, que falhou ao sair do gol.
Com o triunfo em Kazan, o México avança na segunda colocação do grupo A da Copa das Confederações. O time da América do Norte chegou a sete pontos, mas foi ultrapassado por Portugal, que venceu a Nova Zelândia por 3 a 0 e ficou com quatro gols de saldo - contra dois dos mexicanos. Agora, o time de Juan Carlos Osorio aguarda a definição de seu adversário neste domingo: o líder do grupo B, a quem enfrentará na próxima quinta-feira, em Sochi.
O México tentou impor seu estilo de toque de bola e, no começo do jogo, conseguiu envolver a Rússia, embora tenha criado apenas uma chance, com Lozano. Depois de Zhirkov cair na área e pedir pênalti, aos cinco, a Rússia cresceu e conseguiu ter maior volume ofensivo, apesar de sua dificuldade na criação. Aos 17, mais um lance polêmico: Smolov foi ao chão na área, árbitro deixou seguir, mas, quase um minuto depois, foi alertado e pediu revisão de vídeo. Mas manteve sua decisão. A pressão russa - mais na base da raça do que na técnica - permitiu um chute de Smolov na trave, que, após insistência russa em recuperar a bola, resultou no gol de Samedov, aos 24. A seleção anfitriã não manteve a postura após ficar em vantagem, e o México conseguiu criar chances até empatar pouco depois, aos 30, com Araújo. Até o intervalo, o jogo esfriou junto com os fãs.
A Rússia voltou mais agressiva na etapa final, pressionando a saída de bola adversária. O gol anulado de Samedov, por impedimento, logo aos três minutos fez a Arena Kazan vibrar em vão, pouco antes de Akinfeev falhar claramente após chutão de Herrera, que Lozano completou para o gol, aos seis. O México chegou a comemorar o terceiro aos 15, quando Hector Moreno balançou as redes - mas o árbitro de vídeo entrou em ação, e o juiz marcou posição irregular. Quando Cherchesov lançou seu time à frente, com a entrada de Poloz, Zhirkov deu uma cotovelada em Layún, viu o segundo amarelo e deixou os donos da casa com um a menos a partir dos 22. A Rússia teve até chance de empatar com Smolkinov, mas o defensor isolou a bola cara a cara com Ochoa. O jogo esfriou na reta final, deixando no ar a melancolia pela eliminação da anfitriã. Após o fim da partida, a torcida ensaiou algumas vaias, mas voltou a gritar "Rússia, Rússia", consolando os seus jogadores, que retribuíram com aplausos.
Em uma partida de nível técnico um tanto quanto baixo, o grande destaque foi a torcida russa. Apoiando desde o começo do jogo, inflamou os jogadores com um bandeirão enquanto o hino nacional era executado em Kazan - o que refletiu-se no campo, com a entrega dos atletas em cada lance. Inclusive, a insistência foi chave no lance que gerou o gol russo, que deixou a atmosfera no estádio ainda mais fantástica. O primeiro gol mexicano desanimou, mas não tirou o clima de esperança - até que a falha de Akinfeev no começo do segundo tempo gerou o desânimo nos fãs, que ficou completo com a expulsão de Zhirkov. No fim, a torcida dividiu-se entre uma tímida vaia e os gritos de "Rússia, Rússia".
Contratado há cerca de um ano, após a decepção russa na Eurocopa, o técnico Stanislav Cherchesov vê seu trabalho sob suspeita com o mau resultado na Copa das Confederações. Agora, seu retrospecto à frente da Rússia é de quatro vitórias, três empates e cinco derrotas: um aproveitamento de apenas 41,6%. Fica a dúvida sobre sua continuidade à frente do time anfitrião, um ano antes da Copa do Mundo de 2018.
Globo Esporte
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