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Empresário de Donnarumma, Mino Raiola decidiu responder às críticas direcionadas a ele e a seu cliente e organizou uma espécie de coletiva de imprensa neste domingo em Montecarlo, na Itália. Aos repórteres, explicou que a escolha do goleiro de não renovar com o Milan se deu depois que dirigentes ameaçaram o jogador e a família de morte. A negociação com o clube, segundo ele, "se tornou violenta e hostil".
Na última quinta-feira, Donnarumma anunciou que não renovaria com o Milan. Como o contrato do jogador de 18 anos termina em junho do ano que vem, ele teria condições de assinar um pré-contrato com qualquer equipe a partir de janeiro e, posteriormente, sair de graça.
- A situação se tornou muito violenta e hostil, então não tivemos outro caminho. Nós tomamos uma decisão que não gostaríamos de ter tomado. Não teve nada a ver com dinheiro, nós fomos ameaçados. A família do Donnarumma foi ameaçada de morte, e ele foi ameaçado de não jogar mais. Você não pode manter um jogador ameaçando ele. Agora existe um risco grande do jogador perder um ano - explicou Raiola.
A torcida do Milan não engoliu a recusa de Donarumma e passou a criticá-lo de todas as formas. Neste domingo, por exemplo, na partida entre Itália e Dinamarca pela Eurocopa sub-21, torcedores arremessaram notas falsas de dinheiro na direção do goleiro em forma de protesto.
- Nós nunca sequer chegamos a falar sobre dinheiro ou cláusulas porque não nos permitiram chegar a esse ponto. Você discute isso quando as negociações estão em 95%, por aí. Ele estava pronto para assinar um novo contrato, não havia dúvidas na cabeça dele. Eles nos forçaram a abandonar as negociações por causa do clima que foi criado - disse.
Raiola ainda deixou claro que a decisão de recusar a oferta do Milan partiu de Donnarumma.
- Eu assumo a responsabilidade. Eles nos forçaram. Foi o Milan que perdeu o Donnarumma. Ele falou para mim: "Honestamente, Mino, não sinto que é certo manter negociações com pessoas que me insultam e ameaçam tanto a mim quanto a minha família".
"Não falei com nenhum clube"
A imprensa mundial logo tratou de especular o futuro de Donnarumma, e a dupla Real Madrid e Juventus foi apontada como possível destino do jovem jogador. Mas Raiola assegurou que não há conversas com qualquer equipe sequer.
- Eu não falei como nenhum grande clube. Nós não temos acordo com nenhum outro clube. Ele já recebeu propostas de Juventus, Real Madrid e grandes clubes quando tinha 14 anos, então se ele quisesse ir, já teria feito mais cedo. Garanto para vocês que não acontecerá nenhuma transferência em breve - afirmou.
- Já assegurei o fato de que não vamos sair numa transferência gratuita (sem o valor da multa rescisória), então não há pressa para assinar o contrato. Eu gostaria de uma aproximação mais gradual. Fomos forçados a tomar decisões para as quais não estávamos preparados, então recusamos - completou ele.
Milan responde
Em resposta às declarações de Raiola, o Milan destacou o CEO Marco Fassone para uma coletiva de imprensa também neste domingo. Ele, em suma, negou as ameaças citadas pelo empresário e disse que o clube está de braços abertos caso o goleiro repense sua decisão.
- Não teve ameaça. Nossa posição é clara: Donnarumma não está à venda. Até onde eu sei, ele pode jogar todos os jogos. No entanto, não podemos correr riscos, então precisamos procurar outro goleiro. Não podemos confiar em um jogador cujo contrato está chegando ao fim, que talez esteja pensando no Real Madrid, especialmente numa posição tão delicada como a do goleiro. Tenho que ter certeza de que tenho um goleiro focado que está em condições físicas e mentais ideais - rebateu Fassone.
Ele também disse que fez de tudo para convencer Donnarumma a renovar e que ficou "desapontado" com a recusa do goleiro.
- Nós estamos desapontados com a decisão dele, ou do seu agente. Como um clube, eu realmente não sei o que mais poderíamos fazer para despertar em Gigio e sua família o desejo de ficar. Tentamos transmitir isso a eles toda vez em que nos falamos.
- Se ele reconsiderar, não será apenas bem-vindo de braços abertos no Milan, mas acho que pela torcida também. Esse clima muda muito rápido - completou.
Globo Esporte
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