Vitória de Sato, "quase" de Helinho e show de Alonso nas 500 Milhas de Indianápolis

(Foto: Reprodução)


Todas as atenções da 101ª edição das 500 Milhas de Indianápolis estavam voltadas para Fernando Alonso. Afinal, o bicampeão mundial da Fórmula 1 abriu mão do badalado GP de Mônaco para se aventurar no também badalado oval americano. E o espanhol mostrou porque é considerado um dos melhores pilotos da história. Era sua primeira Indy 500, mas parecia que ele disputava a prova há décadas: a bordo da McLaren-Andretti, largou em quinto, fez diversas ultrapassagens, chegou a liderar em diversas ocasiões, mostrou sobriedade em 100% do tempo, mas acabou abandonando a 22 voltas do fim. Ironicamente, foi justamente o motor Honda, que tanto lhe deixou na mão este ano, que estourou e o fez deixar a prova quando se encontrava no top 10.

E quiseram os deuses do automobilismo que a vitória acabasse nas mãos de outro piloto com passagem pela F1, muito menos badalado que Alonso: Takuma Sato. O japonês da Andretti-Autosport levou a melhor em uma emocionante briga com o brasileiro Helio Castroneves, da Penske, nas voltas finais e bebeu pela primeira vez o leite destinado ao vencedor da tradicional prova.

Helinho quase faz história; Tony termina em quinto
Três vezes vencedor da prova, Helinho viu escapar mais uma chance de se igualar a A.J Foyt, Al Unser e Rick Mears como o maior vencedor das 500 milhas de Indianápolis. O brasileiro levou um susto na primeira parte da corrida, quando quase foi acertado pelo carro de Scott Dixon, que sofreu um acidente impressionante. Outro brasileiro da Indy, Tony Kanaan se manteve no top 10 por toda a corrida e terminou na quinta colocação, atrás de Ed Jones e Max Chilton.

Imagem da corrida: acidente assustador de Dixon
Pole position e um dos favoritos à vitória, Scott Dixon (Chip Ganassi) escapou sem ferimentos de um gravíssimo acidente que assustou quem acompanhava a prova. A corrida estava na 53ª das 200 voltas quando o inglês Jay Howard bateu no muro sozinho e atravessou a pista sem direção. O neozelandês tetracampeão da categoria vinha logo atrás, não conseguiu desviar a tempo e acertou Howard em cheio, a mais de 300km/h.

- Largada sem incidentes e liderança de Tony nas primeiras voltas
Pole position, Scott Dixon manteve a ponta em uma largada sem incidentes. Após conquistar uma impressionante quinta colocação no grid no treino classificatório, Alonso optou por uma largada cautelosa e caiu para nono. O brasileiro Tony Kanaan, que começou em sexto, mostrou o melhor ritmo de corrida no início da prova e foi ganhando posições até assumir a liderança na sexta volta. Helio Castroneves partiu em 18º e em poucas voltas entrou no top 15.

- Fernando Alonso assume a liderança
Depois que começou a pegar confiança e se ambientou com as particularidades de uma corrida em oval, o espanhol passou a realizar ultrapassagens e ganhar posições. Na 26ª volta, já estava em quinto novamente, na 30ª volta, em segundo, e na 37ª volta, assumiu a liderança pela primeira vez.

- Decolagem e explosão: acidente assustador de Scott Dixon
A primeira bandeira amarela demorou a acontecer. Foi apenas na 53ª volta. E veio logo com um susto imenso! Pole position e um dos favoritos à vitória, Scott Dixon não conseguiu desviar e acertou Jay Howard, que havia batido no muro e atravessava a pista sem direção. O carro do neozelandês decolou, bateu com violência no muro interno e explodiu em chamas. Apesar das imagens impressionantes, Dixon e Howard escaparam sem ferimentos do acidente. Por muito pouco, o carro do neozelandês não caiu em cima da Penske de Helio Castroneves, que passava pelo local no exato momento do acidente. O brasileiro chegou a ter o carro atingido por alguns destroços, teve a asa traseira danificada e precisou parar nos boxes. A corrida ficou paralisada por 30 minutos e foi retomada sob bandeira amarela.

- Segunda bandeira amarela
Bastaram 13 voltas para uma nova bandeira amarela ser acionada. Conor Daly tentou uma ultrapassagem por fora, perdeu o controle do carro e bateu no muro. Simultaneamente, Jack Harvey também bateu e abandonou. Neste momento, o líder era Takuma Sato, seguido por Alexander Rossi, Ryan Hunter-Reay e Fernando Alonso. Kanaan era o sétimo, Helinho o 20º.

- Terceira bandeira amarela
Na 8ª volta, a bandeira amarela foi acionada pela terceira vez, para a retirada de um pedaço de carro do meio da pista. Will Power foi um dos poucos que optou por não parar nos boxes e surgiu na ponta. Na relargada, foi ultrapassado por Max Chilton e Ryan Hunter-Reay. Helinho, que também não foi para os boxes na paralisação, pulou para o top 5, seguido de Alonso. Kanaan aparecia entre os dez primeiros. Vencedor da edição de 2016, Rossi assumiu a liderança pouco depois.

- Helinho surge no top 5 e assume a liderança
Ao optar por não parar nos boxes na terceira bandeira amarela, Helio Castroneves surgiu entre os cinco primeiros pouco antes da metade da prova. Sem um pedaço da asa traseira, danificada pelos destroços do carro de Dixon, o brasileiro acabou ficando ainda mais veloz, foi ganhando posições e assumiu a liderança na 96ª volta. Helinho, no entanto, precisou parar com bandeira verde e retornou em 26º. Como a corrida ficou várias voltas sem bandeiras amarelas, a maioria dos pilotos precisou fazer pit stops e o brasileiro voltou para a briga, subindo para 4º. Hunter-Reay liderava, seguido de Rossi e Alonso.

- Mais um acidente
Na volta 121, Buddy Lazier rodou sozinho e estampou o muro, provocando a quarta bandeira amarela da prova. Ao menos, ele não levou mais nenhum piloto junto. No entanto, a corrida precisou ser paralisada para a limpeza da pista. A relargada teve Hunter-Reay na ponta, seguido de Alonso, Rossi, Helinho e Tony. O espanhol assumiu a ponta pouco depois.

- Alonso na ponta e outro favorito fora da briga: Hunter-Reay
Após a relargada, Ryan Hunter-Reay e Fernando Alonso se alternavam na liderança, até que o motor do carro do americano estourou e o piloto precisou abandonar. Era mais um favorito à vitória fora da briga. Com a corrida paralisada, os primeiros colocados aproveitaram para reabastecer e Max Chilton surgiu na ponta.

- E tome batida e bandeira amarela!
Na relargada, Charlie Kimball ultrapassou Chilton e assumiu a liderança. Mas com poucas curvas de bandeira verde, Ed Carpenter tocou em Mikhail Aleshin e nova bandeira amarela precisou ser acionada na 144ª volta. A corrida recomeçou com Chilton em primeiro, seguido por Kimball e James Davison. Helinho aparecia em quarto, enquanto Kanaan, Alonso e Sato se mantinham no top 10. Esses quatro apareciam com boas chances de vitória.

- Bandeira amarela em momento crucial embola briga por vitória
A 33 voltas do fim, o motor de Charlie Kimball, terceiro colocado, estourou bem na frente de Helinho. O anglo-americano precisou abandonar e a prova foi paralisada mais uma vez com bandeira amarela. Todos os pilotos aproveitaram a parada para ir para os boxes, exceto Chilton e Ed Jones que haviam feito pit stops duas voltas antes. Castroneves retornou em terceiro, à frente de Davison, Sato, Hildebrand, Kanaan, Servia e Alonso. A bandeira amarela a 30 voltas do fim embolou o grid e colocou praticamente todos os pilotos do top 10 na briga. Chilton manteve a liderança, enquanto Helinho foi caçou Sato e Jones e subiu para segundo. Quem começou a crescer na prova foi Servia, que subiu para quinto. Alonso era o sétimo, atrás de Hildebrand e Kanaan.

- Fim de prova para Alonso
Restando 22 voltas para o fim da prova, o sonho de Alonso virou fumaça junto com o motor de sua McLaren-Andretti-Honda, que estourou. Era fim de corrida para o espanhol, que se encontrava na sétima colocação. O espanhol foi aplaudido de pé pelo público e foi cercado por fotógrafos e jornalistas na saída da pista.

Big One
Logo após a relargada depois do abandono de Alonso, um acidente envolvendo cinco carros paralisou novamente a prova. Foram eles: James Davidson, Oriol Servia, James Hinchcliffe, Will Power e Josef Newgarden. Dos cinco, apenas o último deles seguiu na prova. Todos os pilotos aproveitaram a parada para fazerem pit stops. O top 10 era: Chilton, Sato, Jones, Castroneves, Hildebrand, Kanaan, Montoya, Pagenaud, Rossi e Andretti.

Voltas finais de tirar o fôlego
Restando 11 voltas para o fim, a bandeira verde foi dada novamente. Chilton manteve a liderança, enquanto Sato e Helinho vinham na cola. Ed Jones era o quarto, seguido por Kanaan, Rossi e Montoya. Castroneves passou Sato e passou a pressionar o líder Chilton. O brasileiro colocou por fora e assumiu a ponta a sete voltas do fim. Sato deu o troco no giro seguinte. Castroneves tentou bote a três do fim e acabou se distanciando. O japonês segurou a pressão e conquistou sua primeira vitória na prova.

Globo Esporte

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