(Foto: Felipe Zito) |
As decisões da Conmebol sobre incidentes ocorridos na partida entre Peñarol e Palmeiras, em Montevidéu, revoltaram a diretoria alviverde. Nesta sexta-feira, após tomar conhecimento da punição imposta pela entidade ao clube uruguaio, o Verdão emitiu nota oficial, assinada pelo presidente Mauricio Galiotte, dizendo que a decisão "beira o escárnio".
Por causa da confusão generalizada em campo após a vitória alviverde, o volante Felipe Melo acabou suspenso por seis partidas, mas os atletas Lucas Hernández, Nahitan Nandez e Matías Mier acabaram pegando um jogo a menos.
Na arquibancada, torcedores do Palmeiras e do Peñarol entraram em confronto após três bombas terem sido jogadas em direção ao setor destinado aos visitantes. Pela briga, o Verdão foi punido em três jogos sem poder contar com o apoio da sua torcida como visitante, enquanto os uruguaios terão de atuar com portões fechados uma vez, na última rodada contra o Jorge Wilstermann.
O departamento jurídico do Palmeiras já está trabalhando no recurso das duas punições. Tanto a de Felipe Melo quanto a de não poder ter torcida nos jogos fora de casa. Essa última, em especial, preocupa por conta da possibilidade de um cruzamento com brasileiros nas próximas fases.
Na última quarta-feira, Alexandre Mattos já havia detonado a decisão da Conmebol. Na ocasião, o dirigente chegou a dizer que a punição era "revoltante" e em "desequilíbrio técnico" para os palmeirenses na competição a partir de agora.
Veja abaixo a íntegra da nota do Palmeiras:
Tendo em vista a definição e divulgação dos julgamentos da Conmebol sobre os incidentes relacionados à partida contra o Peñarol, a Sociedade Esportiva Palmeiras vem a público esclarecer que:
1 – O sentimento é de total indignação e revolta com a falta de critério adotada pela Conmebol em relação às punições aplicadas para os dois clubes e seus atletas.
2 – Beira o escárnio o entendimento que o Peñarol, clube responsável pela segurança da partida e que não cumpriu com sua função, receba uma pena menor do que a do Palmeiras, cujo time e torcida foram vítimas de uma clara e evidente emboscada, além de outros crimes. Vale lembrar que, a despeito do clima tenso, a segurança feita no Allianz Parque por quase 600 profissionais foi capaz de zerar qualquer tipo de incidente no jogo de ida contra o Peñarol, ao contrário dos ínfimos e despreparados 60 seguranças particulares contratados pelo clube uruguaio para o jogo de volta.
3 – O Comitê Disciplinar da Conmebol, de maneira míope, preferiu apontar sua avaliação baseada nas consequências e não nas causas dos acontecimentos.
4 – O Palmeiras reitera o que tem afirmado desde o primeiro momento ainda no estádio em Montevidéu: o clube e seus jogadores são vítimas e não causadores dos incidentes após a partida. Provamos para a Conmebol, através de um vasto conjunto de vídeos, fotos e depoimentos, o que realmente aconteceu naquele jogo. Pelo resultado do julgamento, parece que critérios técnicos não foram levados em consideração, o que é completamente inadmissível e incoerente. É inaceitável que um atleta do Palmeiras seja punido por ter se defendido de uma tentativa clara de agressão e que sua torcida, que foi claramente acuada, agredida e alvo de manifestações racistas, seja impedida de acompanhar o time na competição.
5 – O Departamento Jurídico do Palmeiras está preparando recursos contestando as punições aplicadas ao jogador Felipe Melo e ao clube e os apresentará à Conmebol no início da própria semana.
6 – A Sociedade Esportiva Palmeiras vai buscar fazer justiça. O clube não admite outro posicionamento do Comitê Disciplinar da Conmebol que não seja a revisão de sua decisão e o julgamento do assunto levando em consideração apenas critérios técnicos.
Globo Esporte
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