Ministro do Esporte explica projeto para lidar com legado dos Jogos Olímpicos

(Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)


O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, apresentou aos senadores da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), nesta terça-feira (11), o projeto do Ministério para lidar com o legado dos equipamentos de infraestrutura dos Jogos Olímpicos de 2016. Com a cessão à União, por 25 anos, do Velódromo, das Arenas Cariocas 1 e 2 e do Centro Olímpico de Tênis, um calendário esportivo e de eventos sociais já começa a ser colocado em prática.


- Temos mais de duas dezenas de demandas de datas de competição esportiva e eventos de treinamento, e algumas solicitações para eventos culturais. A preferência sempre será para o calendário esportivo e atividades do esporte – informou, durante a audiência pública.

A prefeitura do Rio de Janeiro manterá alguns equipamentos sob sua gestão, como Parque Radical, do ciclismo de BMX e de canoagem, para uso esportivo e social, informou.

Já as piscinas do estádio aquático terão nova destinação. A que está sob gestão da Prefeitura do Rio de Janeiro deve ser destinada a Palmas (TO), única capital brasileira que não tem uma piscina com dimensões olímpicas. As geridas pelo Ministério devem ser destinadas à Vila Olímpica de Manaus (AM), à unidade de Força Aérea da cidade de Guaratinguetá (SP) e à cidade de Salvador (BA), em parceria com a prefeitura.

Autoridade de Governança

Leonardo Picciani também mencionou a transformação da Autoridade Pública Olímpica (APO) na Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo), responsável pela manutenção e adequação das instalações olímpicas e paraolímpicas. A mudança está sendo feita por meio da Medida Provisória 771/2017, que ainda será avaliada por deputados e senadores no Congresso.

A Aglo ficará responsável por elaborar o plano de utilização das instalações esportivas, sujeito a supervisão e aprovação do Ministério do Esporte, a quem a entidade está vinculada. A ideia é serem usadas, por exemplo, para eventos religiosos, recreativos, culturais ou educacionais. Também há previsão de concessão de uso dessas áreas.

Picciani destacou ainda a redução de custos com a extinção da APO e a criação da Aglo. Do total de 181 cargos e funções, 86 estão sendo eliminados, o que representa economia de R$ 9,6 milhões, além da redução do gasto com aluguéis, pois estão sendo ocupadas salas no próprio Parque Olímpico para o trabalho. Esses números foram questionados pela senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que afirmou estarem sendo eliminados cargos de salários mais baixos da APO e mantidos os de remuneração mais elevada na Aglo.

O senador Roberto Muniz (PP-BA) pediu atenção do Ministério do Esporte também para o legado da Copa do Mundo, com os estádios abandonados e depredados em todo o país. Solicitou ainda ajuda no combate à violência nos estádios, que vem constantemente atingindo pessoas inocentes e torcedores que estão deixando de prestigiar seus times por medo de agressões. O ministro informou que o Ministério mantém diálogo com a justiça e os governos estaduais e defendeu a adoção de medidas contra quem comete os atos de violência.

- São sempre os mesmos marginais que causam prejuízos à sociedade e devem ser identificados e isolados, sofrer medidas que os impeçam de entrar nas partidas de futebol  - opinou.

Bolsa Atleta

Leonardo Picciani defendeu a manutenção do programa Bolsa Atleta. Mesmo com o contingenciamento, que reduziu em 51% os recursos do Ministério, restando pouco mais de R$ 1 bilhão de orçamento, encerrar o programa traria mais prejuízos, segundo afirmou.

- Decidimos manter na integralidade, porque sua interrupção teria efeito direto na preparação para o próximo ciclo olímpico – explicou.

O ministro citou ainda outro projeto em andamento, para integrar a Rede Nacional de Treinamento. Um software vai conectar atletas de todas as regiões brasileiras, de iniciantes aos de alto rendimento, que poderão identificar nas suas regiões os centros de treinamento, os atletas que atuam neles, os treinadores e os equipamentos onde praticar sua modalidade esportiva. Isso poderá, dependendo da demanda, facilitar e direcionar o investimento.

- Vai dar uma visão de qual modalidade é mais praticada na região, para investimentos futuros – exemplificou o ministro.

A reunião foi presidida pela senadora Lucia Vânia (PSB-GO), presidente da Comissão de Educação.

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