Legado paralímpico: CT brasileiro reaproveita material utilizado na Rio 2016

(Foto: Reprodução)


Considerado o principal legado da Paralimpíada do Rio, o Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, recebeu diversos equipamentos e materiais esportivos utilizados na Rio 2016. Estruturas como halteres e pesos do halterofilismo, mesas de tênis de mesa, pisos dos campos de futebol, traves de goalball, bolas dos mais diversos esportes e cadeiras de arquibancada ganharam reúso após os Jogos. Administrado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o CT recebe nesta semana os Jogos Parapan-Americanos de Jovens, competição que reúne atletas com faixa etária entre 13 e 21 anos.

- A gente vinha discutindo esse reaproveitamento de material com o Comitê Rio 2016 há muito tempo, bem antes dos Jogos Paralímpicos. Tivemos várias reuniões para falar sobre esse legado, sobre o que poderia ser distribuído para cada confederação e o que poderia vir para cá. Alguns equipamentos paralímpicos já estavam determinados que seriam doados ao CPB e outros nós discutimos qual seria o destino - revelou o diretor técnico do CPB, Edilson Alves da Rocha, o Tubiba.

Além do Comitê Rio 2016, outra fonte doadora de equipamentos foram as Forças Armadas. Contudo, como se trata de um órgão militar ligado ao Governo Federal, os materiais doados esbarraram numa burocarcia, que atrasou um pouco a transferência para o Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo.

- Tudo o que foi comprado pelas Forças Armadas não pôde vir direto para cá, teve que ser repassado a alguma entidade pública, o que atrasou um pouco o nosso processo. Como o CT foi construído pelo Governo de São Paulo, utilizamos o órgão como receptor dos equipamentos, o que demandou num processo mais demorado de doação - explicou Tubiba.

O diretor técnico do CPB contou ainda que mais materias utilizados na Rio 2016 devem chegar ao CT Paralímpico nos próximos meses. Itens como pisos de goalball, rugby, bocha, voleibol sentado e muitos implementos de atletismo estão em processo de doação. Segundo Tubiba, um dos equipamentos mais caros recebidos pelo CPB nos últimos meses são os fixadores de esgrima, que custam em média 8 mil euros fora do país.

- Se eu quisesse importar, pagaria 16 mil euros por causa das taxas. São equipamentos que não fabricam no Brasil. Em 2008, aquirimos alguns fixadores nos Jogos de Pequim e distribuímos para as confederações. Estávamos precisando de itens novos - comentou o diretor técnico do CPB, que informou que a entidade ainda não tem um cálculo de quanto economizou com os equipamentos doados desde a Rio 2016.

Inaugurado em maio de 2016 depois de obras que custaram R$ 264,7 milhões - R$ 145 milhões do Governo Federal e R$ 119,7 milhões do Governo Estadual de SP -, o CT Paralímpico abriga 15 modalidades e é administrado pelo CPB. O primeiro contrato de administração se encerra em maio. Até lá, será feito um edital para definir o administrador pelos próximos dez anos. O CPB já demonstrou ser uma das partes interessadas e deve continuar gerindo o espaço.

Atualmente, o CT abriga treinamentos das seleções brasileiras de diversas modalidades, com destaque para a natação e o atletismo. Há também escolinhas esportivas e locação para eventos como os jogos em basquete em cadeira de rodas da Federação Paulista. Edições dos Jogos Escolares também já foram realizadas no local, que fica no Parque Estadual Fontes do Ipiranga.

- Nosso contrato é de um ano, se encerrando em maio. A partir daí vai haver um edital de chamada pública, mas acredito que o Comitê Paralímpico Brasileiro seja o principal interessado. É um processo de longo prazo e imagino que vamos renovar por mais dez anos de novo depois - finalizou.

Globo Esporte

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