Campeãs olímpicas entram na Justiça contra ranking da Superliga

(Foto: Marcelo del Pozo/Reuters)


Depois de enviarem uma nota de repúdio à Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), as campeãs olímpicas tomaram mais uma ação contra o polêmico ranking da Superliga feminina de vôlei. Nesta semana, Thaisa, Sheilla, Dani Lins, Jaqueline, Natália, Fabiana e Fernanda Garay entraram na Justiça contra o ranking. Gabi, do Rio, não tem medalha olímpica, mas também faz parte do protesto por ser uma das jogadoras de nível máximo no ranking, sete pontos. Tandara assinou a carta de repúdio à CBV, mas optou por não aderir à ação judicial.


- A CBV não conversou conosco, não solucionou o caso e não fez nada além de publicar uma nota praticamente igual àquelas que publicam todos os anos quando a alguém protesta contra o ranking. É um absurdo ninguém fazer nada diante de tamanha ilegalidade. Nosso caso é urgente. Agora está nas mãos do Poder Judiciário. Que seja feita justiça - disse a bicampeã olímpica Sheilla.

- O ranking da CBV não possui critério algum e está cerceando o direito de livre exercício de profissão das atletas que possuem nota 7, pois diminui as opções de mercado para elas, uma vez que somente poderão ser contratadas duas atletas de sete pontos por equipe. Além de cercear o direito das atletas, o sistema de ranking implementado pela CBV ainda desvaloriza as competições, pois ao contrário da justificativa utilizada pela confederação, no sentido de que o ranking visa equilibrar a disputa, vemos pouca variação nas equipes que disputam as primeiras colocações das ligas, que geralmente fica restrita ao eixo Rio de Janeiro - São Paulo. O ideal seria fortalecer a equipe e a competição ao invés de tentar criar um equilíbrio artificial - explicou André Sica, especialista em direito esportivo.

O ranking foi implementado na temporada 92/93 com o propósito de equilibrar os times da Superliga. Neste ano, participaram da reunião representantes de oito dos 10 times classificados para a Superliga feminina 2017/18 - Osasco, Praia Clube, Fluminense, Rio de Janeiro, Minas, Bauru, Pinheiros e São Caetano. Gilmar Teixeira, vice-presidente da Comissão de Atletas, foi o representante das jogadoras na reunião - elas reclamam de terem direito a apenas um voto e, assim, serem sempre minoria.

Após a reunião, ficou decidido o fim do limite de pontos para a formação de cada time. No entanto, o principal ponto de polêmica foi mantido: o limite de apenas duas jogadoras de nível máximo (sete pontos) em cada equipe. Há também uma cota de até duas estrangeiras por time.

Globo Esporte

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