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Durou pouco a aposentadoria de Felipe Massa. Apenas um mês após deixar a Fórmula 1, o brasileiro foi anunciado pela Williams como piloto para a temporada 2017. A escuderia também anunciou a saída de Valtteri Bottas para a Mercedes, onde substituirá Nico Rosberg.
O brasileiro disse que, apesar da despedida do final do ano passado, ainda tinha a vontade de pilotar na F-1 e, por isso, voltou quando surgiu a oportunidade na Williams. "Minha intenção sempre foi correr em algum lugar e ainda tenho a paixão por correr e competir, Tenho também um forte amor pela Williams e eu curti muito os últimos três anos com com a equipe. Por isso, voltar para ajudar a dar estabilidade e experiência para a temporada de 2017 foi o que achei certo fazer".
"Tenho paixão por correr, por competir e lutar na pista. Minha volta não é simplesmente por ver a Fórmula 1 como melhor opção, mas sim por ver a Williams como a melhor opção. Não teria voltado para outra equipe", disse o piloto.
Com o anúncio, Massa tem a volta à Fórmula 1 confirmada menos de dois meses após fazer sua despedida oficial, no GP de Abu Dhabi do ano passado. Toda a movimentação do mercado de pilotos com menos de oito semanas para o início dos testes de pré-temporada - que serão realizados a partir de 27 de fevereiro, no Circuito de Montmeló, na Espanha - aconteceu após a surpreendente aposentadoria de Rosberg, anunciada apenas cinco dias após a conquista de seu primeiro título mundial.
"Creio que o que aconteceu no fim da temporada, com a inesperada retirada do Nico, provocou uma reviravolta única de eventos. Foi oferecida uma oportunidade fantástica ao Bottas e, como resultado, uma oportunidade surgiu para mim. Quando a mídia começou a noticiar um provável retorno meu, eu li que muitos fãs queriam que eu voltasse. Isso certamente pesou muito na minha decisão. Mas no final do dia, quando recebi o convite eu não pude recusar. Era a Williams", contou Massa.
"Ir para a atual campeã mundial é uma grande oportunidade para Valtteri. Ele é um piloto talentoso e foi ótimo trabalhar com ele ao longo de três anos. Desejo a ele o melhor para o próximo capítulo de sua carreira", completou o brasileiro.
A decisão colocou a Mercedes, que ganhou com sobras os últimos três campeonatos, em uma situação complicada, uma vez que todos os grandes nomes já estavam sob contrato para 2017. A solução, portanto, foi oferecer um desconto no fornecimento dos motores a uma de suas clientes, a Williams, em troca de Bottas, piloto com quatro temporadas de experiência e boas performances na carreira.
O time inglês, contudo, deixou claro que só liberaria o finlandês caso tivesse um piloto experiente para colocar em seu lugar e, por conta disso, procurou Massa.O brasileiro havia decidido deixar a Fórmula 1 por uma série de fatores, mas nunca escondeu que a falta de cockpits competitivos foi importante. Afinal, há meses a Williams já sinalizava com um acordo para promover a estreia do canadense Lance Stroll, o que foi confirmado após o anúncio de aposentadoria de Felipe. Massa, então, aceitou o convite.
A decisão da Williams de chamar de volta o piloto de 35 gerou algumas críticas da mídia especializada, mas a chefe Claire Williams afirmou que o time não tem dúvidas de que ele está preparado e motivado o suficiente.
"Não acho que ele queria necessariamente sair do esporte e ele disse que queria continuar correndo", afirmou a dirigente à TV britânica Sky Sports. "Esses caras correm desde os seis anos de idade, está no DNA deles, é o que eles sabem fazer. Se o Felipe voltar não acredito que haverá nenhuma falta de espírito competitivo nele. E também não traríamos um piloto sobre o qual teríamos qualquer tipo de dúvida a respeito de sua habilidade de fazer o serviço para nós."
Massa também rebateu críticas sobre seu retorno. "Desde que anunciei a minha aposentadoria no ano passado, eu comecei a estudar as opções e várias oportunidades se apresentarem para mim, e eu poderia ter aceitado. Entretanto, eu tomei esta decisão e este agora é meu foco", comentou.
"Será um ano empolgante com todas as mudanças de regulamento e passarei muito tempo com a equipe agora me preparando para a temporada. Ainda é muito cedo para fazer qualquer prognóstico, pois ainda não giramos o volante. Mas o que eu posso dizer é que estou empolhado para poder dirigir o FW40 quando os testes começarem no próximo mês", concluiu o brasileiro.
Bottas assume a vaga mais cobiçada
Valtteri Bottas tem 27 anos e já disputou 77 provas na Fórmula 1 - todas com a Williams, equipe da qual passou a ser piloto de testes após a conquista da GP3, em 2011. A relação com a escuderia inglesa foi influenciada pelo time de empresários do finlandês, do qual o atual chefe da Mercedes, Toto Wolff, faz parte. O austríaco era, na época, acionista da Williams.
"Quero me certificar de que vou conquistar todos os pontos possíveis para a equipe e confio que vocês vão me dar um bom carro", disse Bottas em entrevista coletiva após o anúncio. "É minha quinta temporada na F-1, mas ainda estou perseguindo minha primeira vitória".
O possível conflito de interesses causado pela relação próxima entre Wolff e Bottas não será um problema. "Não sou um idiota", disse à Gazzetta dello Sport. "Quando entrei no grupo Daimler há quatro anos, assinei um contrato, então não posso empresariar ou ter interesses comerciais em pilotos Mercedes."
Apesar de garantir não ter poder decisório na contratação de pilotos, Hamilton declarou que se preocupava em manter um clima ao mesmo tempo competitivo e positivo dentro da equipe. Algo que Bottas, ao menos em seu primeiro discurso como piloto da Mercedes, fez questão de ressaltar.
"Respeito muito Lewis como piloto e acho que ele será uma grande referência e que também estaremos sempre muito próximos", comentou o finlandês.
Durante os três anos em que dividiu a Williams com Felipe Massa, Bottas sempre foi elogiado pelo companheiro justamente pela maneira colaborativa de trabalhar. Dentro da pista, o finlandês bateu o brasileiro nos três anos, conquistando nove pódios no total.
UOL Esporte
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