Diretoria da Lamia identifica problemas em esquema de piloto para voo da Chape

(Foto: Reuters)

Por Redação Blog do Esporte


O voo da delegação da Chapecoense para Medellín previa uma parada para reabastecimento antes da chegada na cidade colombiana. De acordo com o general boliviano Gustavo Vargas, diretor da empresa aérea Lamia, as cidades de Cobija, no norte da Bolívia, e Bogotá, capital da Colômbia, seriam alternativas para aterrissagem casa houvesse necessidade.

A ideia inicial do voo é que a aeronave da companhia boliviana Lamia fizesse todo o trajeto entre Brasil e Colômbia com uma parada para reabastecer na Bolívia. No entanto, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) vetou o fretamento, pois de acordo com regras da aviação, uma empresa boliviana não poderia realizar o voo do Brasil para Colômbia, apenas as companhias dos dois países teriam esta autorização.

“O voo poderia fazer uma parada técnica, com a possibilidade de se reabastecer de combustível, no município de Cobija, no extremo norte da Bolívia, mas isso não ocorreu. De Santa Cruz, teria que ir a Cobija, e de lá para Medellín. Mas eles foram direto para Bogotá, e aí o capitão teria que ver a possibilidade de seguir ou aterrissar. Era de noite. Por essa negação do Brasil tudo se complicou um pouco. Deveríamos sair do Brasil, entrar na Bolívia mais ao norte e ir para Medellín, mas o Brasil não nos deu essa autorização”, disse Vargas, em entrevista ao jornal colombiano El Tiempo.

Mesmo com o imprevisto, o diretor da companhia destacou que o piloto era experiente e confiável para traçar uma nova rota. Entretanto, a nova rota não pode evitar o acidente que deixou 71 mortos e seis feridos, entre jogadores do clube brasileiro, comissão técnica, dirigentes convidados, jornalistas e tripulação.

No site da Lamia, as informações da aeronave modelo British-Aerospace BAE-Avro 146 é de 2.965 km de distância, o que mostra que o voo teria de fazer uma parada, já que o trajeto deixaria o combustível no limite. As informações foram confirmadas pelo atacante Miguel Borja, do Atlético Nacional, que afirmou que era comum a aeronave ter que pousar para colocar mais combustível.

Sobreviventes se recuperam bem do acidente

Os sobreviventes do acidente mostraram um quadro de melhora nas últimas horas nos hospitais da Colômbia. Confira:

Neto (jogador): Último a ser resgatado, Neto sofreu lesões cranianas, passou por drenagem torácica na terça-feira e respondeu bem. Tem boas condições circulatória e neurológica. Ainda passará por novos procedimentos para fechar feridas e evitar infecções.

Alan Ruschel (jogador): Passou por cirurgia na terça-feira para estabilizar uma fratura na coluna, podendo correr o risco de ficar tetraplégico. No entanto, um porta-voz da Chape descartou essa possibilidade. Não há confirmação de onde ele está internado.

Follmann (jogador): Teve a perna direita amputada abaixo do joelho e a esquerda sofreu lesões musculares e vasculares que exigirão novos procedimentos. Está entubado, mas respira normalmente.

Rafael Henzel (jornalista): Teve trauma torácico e costelas quebradas, além de lesões em braços e pernas. O impacto também atingiu seu pulmão. Está entubado, mas respira normalmente.

Ximena Suárez (tripulante): Está fora de perigo. Teve lesões ocasionadas pelo impacto, mas sem atingir órgãos vitais. Teve fraturas nas pernas. Segue sob observação.

Erwin Tumiri (tripulante): Foi resgatado consciente. Teve lesões decorrentes de impacto, mas nenhuma de alta gravidade. Está fora de perigo.

Equipes homenageiam elenco em treinos

Clubes brasileiros fizeram homenagens para os 71 mortos e seis feridos nos treinamentos desta quarta-feira (30). Times como Flamengo, Corinthians, São Paulo e Cruzeiro publicaram fotos nas redes sociais formando um círculo, respeitando um minuto de silêncio e orando após a tragédia. Veja algumas fotos:

Corinthians (Foto: Divulgação/Corinthians)

Cruzeiro (Foto: Marco Antônio Astoni)

Flamengo (Foto: Divulgação/Flamengo)

Botafogo (Foto: Divulgação/Botafogo)

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