Coritiba e Atlético-PR ameaçam deixar 1ª Liga por diferenças em cotas de TV

(Foto: Jason Silva/Agif)


A divisão das cotas de televisão pode causar a saída de Coritiba e Atlético-PR da Primeira Liga. Insatisfeitos com o modelo proposto e o privilégio ao Flamengo, os dois ameaçam deixar a competição.

No início desta semana, os clubes participantes da competição se reuniram com a Globo e encaminharam um acordo de R$ 69 milhões por três anos de direito de transmissão para a TV aberta.

Durante a reunião, foi apresentada uma proposta de divisão das cotas em quatro níveis. O primeiro é o que mais dinheiro recebe e tem a presença apenas do Flamengo. Na segunda posição, fica o grupo que tem Fluminense, Grêmio, Internacional, Cruzeiro e Atlético-MG. No terceiro, ficariam Coritiba e Atlético-PR, enquanto que os outros convidados ficariam no 4º grupo.

"A nossa ideia inicial era que a divisão fosse baseada no modelo inglês, onde os clubes recebem a mesma fatia. E agora querem colocar o Coritiba em segundo plano. O meu vice-presidente chegou a aceitar isso na reunião, mas assim que ele me comunicou eu disse que não toparia. Não vou concordar de maneira alguma. O patrocinador não pode pagar mais ou menos para um ou outro", explicou ao UOL Esporte o presidente do Coritiba, Rogério Bacellar.

"Nós praticamente criamos esse grupo lá atrás. Eu iniciei o contato com a CBF para a gente organizar o primeiro encontro e dali saiu o segundo, o terceiro e o quarto encontro. Até a gente formar o grupo. A gente convidou todos os clubes para a formação de um ambiente democrático e agora querem fazer isso. Não vou aceitar de maneira alguma", repetiu o dirigente.

O Atlético-PR também não aceitou o proposto na reunião e, até por isso, a Primeira Liga não bateu o martelo na hora de anunciar o acordo com a TV Globo. Nenhum dirigente do clube foi localizado para conversar com o UOL Esporte, mas o problema foi revelado pela própria organização da competição.

Em contato com a reportagem, o CEO da Primeira Liga, José Sabino, admitiu o entrave. O dirigente, no entanto, disse acreditar em um acordo após novas conversas.

"A gente sabe da questão, especialmente do lado do Atlético-PR. Essa foi apenas uma ideia apresentada na reunião, mas vamos fazer outras assembleias para debater o tema. Ainda não temos uma posição fechada neste assunto", explicou.

Em setembro, a Primeira Liga anunciou a inclusão de seis novos clubes que não participariam da competição em 2017: Atlético Goianiense, Ceará, Tupi, Luverdense, Londrina e Brasil de Pelotas. Eles apenas participariam das discussões do grupo.

Neste ano, a novidade da tabela seria a participação de Chapecoense, Joinville e Paraná, que já faziam parte da Liga, mas não disputaram a competição em 2016. Vasco e Botafogo, alinhados politicamente com a Federação do Rio de Janeiro, disseram não aos convites.

UOL Esporte

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