(Foto: JOÃO PAULO ENGLELBREC) |
O COI (Comitê Olímpica Internacional) ganhará mais dinheiro com a Olimpíada do Rio-2016 do que a Fifa arrecadou com a Copa-2014. É o que mostram os números financeiros e projeções feitas pelo comitê. A receita total com os Jogos, no entanto, ainda não está fechada, pois faltam itens a serem contabilizados.
Pelos números levantados pela reportagem, a renda da Olimpíada do Rio vai girar entre US$ 5 bilhões e US$ 6 bilhões (R$ 16,4 bilhões e R$ 19,7 bilhões), dependendo do resultado final da venda de ingressos. A Copa-2014 gerou US$ 4,8 bilhões (R$ 16 bilhões pelo câmbio da época) para a Fifa.
Tanto o COI quanto a federação internacional de futebol tiveram isenção fiscal da maioria dos impostos no Brasil - a maior parte do dinheiro nem passa por aqui. Enquanto isso, o país vai investir perto de R$ 40 bilhões na Olimpíada, sendo a maior parte em infraestrutura urbana e uma parcela considerável nas instalações olímpicas.
Ressalte-se que o comitê olímpico internacional contribui bem mais financeiramente para a organização da Olimpíada do que a Fifa com a Copa. Além disso, distribui mais o seu dinheiro entre outros comitês olímpicos e federações de esportes.
Até porque o COI é mais rico do que a Fifa. No último ciclo olímpico, de 2009 a 2012, a entidade olímpica ganhou US$ 8 bilhões, enquanto a entidade do futebol ficou com US$ 5,7 bilhões. Isso porque, além dos Jogos de Verão, lucra com a edição de inverno.
Mas o evento de verão é que é o carro-chefe. Londres-2012 rendeu US$ 5,3 bilhões quando discriminados os valores, e isso considerando que a renda dos patrocinadores top foi dividida. Ou seja, os Jogos de verão representam em torno de dois terços do total da receita olímpica.
O COI obteve um crescimento de 7,4% nas suas receitas de televisão e marketing para o período do Rio-2016. Por isso, a entidade já tinha garantido US$ 5,5 bilhões em receitas em 2014, data do último relatório financeiro. Mas ainda faltavam a bilheteria, patrocínios locais e licenciamento.
E, em relação a Londres, o Brasil deve ter uma renda menor de ingressos, já que ainda tem 20% de bilhetes disponíveis e os preços mais baixos pelo câmbio. A receita de patrocínios locais também deve ser menor considerando a diferença do câmbio, segundo membros do comitê Rio-2016.
Membros do COI ouvidos pelo UOL dizem que é preciso esperar o fim dos Jogos para saber o real número. No geral, o comitê projeta que deve ter uma renda igual ou levemente maior no ciclo de 2013 a 2016 em relação ao período anterior.
Do dinheiro que arrecada, o comitê olímpico investe boa parte nas organizações de suas edições de verão e inverno. A contribuição para o Rio-2016 certamente vai superar a casa de US$ 1 bilhão, fora o patrocínio local. Há ainda um percentual considerável, em torno de 40%, distribuído a comitês olímpicos nacionais e federações internacionais. O COI alega só ficar com 10% da receita.
Fato é que, como na Copa, o dinheiro abastece o cofre da organização esportiva enquanto o país-sede tem a maior parte dos gastos com o evento. Basta dizer que só o comitê organizador Rio-2016 tem orçamento de R$ 7 bilhões. Teoricamente, o dinheiro seria todo privado, mas, se houver déficit, quem terá de cobrir são os governos federal, municipal e estadual.
UOL Esporte
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