(Foto: Juan Mabromata/AFP) |
Um informe apresentado na quinta-feira pela Agência Mundial Antidoping (Wada) informa que Tóquio comprou votos para sediar os Jogos Olímpicos de 2020.
Os indícios de corrupção na eleição que determinou a vitória da cidade japonesa começaram após investigação de outra ação ilegal.
A Wada analisava o ex-presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf), Lamine Diack, que teria recebido por fora para encobrir doping de atletas da Rússia.
Durante a investigação em Lamine Diack, os representantes da Wada levantaram indícios de que Diack e outros membros da Iaaf com direito a voto receberam indiretamente para votar em favor de Tóquio para escolha da Olimpíada.
Segundo relatório, Diack e os outros integrantes da Iaaf fizeram leilão dos votos. Tóquio concorria com a cidade turca de Istambul para a disputa da competição.
Para convencer a Federação Internacional de Atletismo, os japoneses efetuaram depósito de US$ 5 milhões (R$ 20 milhões) para a entidade que o senegalês comandava. Os turcos não aceitaram pagar.
O filho de Lamine Diack, Khalil Diack, ficou com a responsabilidade de receber a suposta propina em nome da Federação Internacional de Atletismo. O dinheiro que entrou na conta da Iaaf veio em forma de patrocínio. O jornal inglês The Guardian diz que o acordo envolveu a empresa japonesa Canon, que firmou apoio com a Iaaf durante a negociação para escolha da sede da Olimpíada de 2020.
"Transcrições de diversas negociações entre representantes turcos e Khalil Diack fazem referência a uma discussão sobre o processo licitatório da cidade de Istambul para os Jogos Olímpicos de 2020", apresentou o informe da Wada.
"Afirma-se que a Turquia perdeu o apoio de Lamine Diack porque eles não aceitaram pagar propina entre US$ 4 e US$ 5 milhões. De acordo com as transcrições, os japoneses concordaram em pagar a quantia".
Em nota, o porta-voz de Tóquio-2020 foi breve na resposta, negando a existência de compra de votos.
"Essa nota [da Wada] está além do nosso entendimento. Tóquio venceu a disputa porque apresentou a melhor proposta".
Lamine Diack comandou a Iaaf até agosto do ano passado e foi preso em novembro acusado de corrupção à frente da entidade.
UOL Esporte
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário!