Financiamento coletivo olímpico tenta atrair atletas brasileiros

Em um ciclo olímpico marcado pelos vultosos recursos destinados à preparação dos atletas brasileiros, chegou ao país mais uma alternativa de investimento na performance antes dos Jogos do Rio-2016. O site francês“Sponsorise.me” (algo como “patrocine-me”) é crowdfunding (financiamento coletivo) voltado exclusivamente para atletas olímpicos. Um tipo de empreitada que dá muito certo na área da cultura e até de startups, agora tenta a sorte no ramo esportivo.

O desafio é conseguir um novo projeto de financiamento por semana. Iniciado na primeira semana de janeiro, “Sponsorise.me” conta com três campanhas em andamento. Uma delas é de Lara Teixeira, do nado sincronizado.

Ela entrou com um projeto de “patrocínio” para um programa específico de corrida, para melhorar o condicionamento físico. A meta era angariar R$ 3,5 mil, mas em pouco mais de duas semanas, já levantou R$ 4,5 mil do público.

“A ideia não é substituir a bolsa atleta ou o patrocínio pessoal, mas complementar a renda, porque a gente sabe que o atleta está sempre precisando de apoio. Seja para uma viagem, para pagar por uma preparação específica. É aí que mora a ideia do ‘Sponsorise,me’”, explicou Gabriel Mangabeira, ex-atleta olímpico, finalista dos 100m peito em Atenas-2004.

Do total arrecadado, a plataforma fica com 10% e o restante é do atleta. Se a meta não for atingida, o dinheiro é devolvido ao doador.

As recompensas aos que financiarem algum projeto costumam ser bem interessantes. LAra, por exemplo, faria um planejamento de treinos para quem doasse R$ 50 ao seu projeto. Já a goiana Raíza Goulão, melhor brasileira no ranking mundial de mountain bike (18ª), espera arrecadar R$ 8,8 mil para manter seu técnico, preparador físico e fisioterapeuta. Cerca de 50% da meta já foi alcançada em uma semana de campanha no ar. Os doadores que contribuírem com R$ 1.000 para sua campanha vai ganhar uma aula individual de mountain bike na bucólica e histórica cidade de Pirenópolis, no interior de Goiás.

“A gente quer contar com a colaboração do público cativo de cada modalidade, que tem interesse nas recompensas específicas de cada modalidade, mas quer também engajar o fã do esporte, o torcedor, gente que quer fazer parte da Olimpíada”, disse Mangabeira.

Além do Brasil, o projeto também atende a atletas nos Estados Unidos, África do Sul, México, Inglaterra, México, e na França, onde tudo começou.

UOL Esporte

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