GP de Cingapura terá nível de poluição pior que o da Olimpíada de Pequim

(Foto: James Moy Photography)



















Os organizadores do GP de Cingapura afirmam que vão monitorar o desenvolvimento dos altos níveis de poluição na cidade na semana da corrida de Fórmula 1. Ontem, às 20 horas locais (mesmo horário previsto para a largada da prova no domingo), o índice de poluição foi medido em 249 PSI (sigla para “Pollutants Standards Index” – ou Índice Padrão de Poluentes), um valor considerado “muito insalubre” de acordo com a escala local.

“Alerta de saúde de condições de emergência; toda a população tende a ser afetada” é a descrição para este nível. A recomendação padrão é para que as pessoas fiquem em ambientes fechados. O mesmo vale para o nível anterior, entre 151 e 200 PSI, que foi predominante na parte da manhã e da noite em Cingapura. Teoricamente, isto inviabilizaria a realização da prova. Teoricamente.

Conhecendo a Fórmula 1, é difícil imaginar que as atividades do final de semana sejam canceladas. Se a ocorrência de um tufão no último GP do Japão não bastou para mudar a programação daquela corrida – com resultados trágicos -, difícil imaginar que uma nuvem de poluição o fará agora.

Resta saber como o ar altamente contaminado de poluentes primários – os de origem direta de uma fonte e não recorrentes de reações ocorridas entre poluentes na própria atmosfera – pode afetar a saúde não só dos torcedores, mas também a dos pilotos.

Uma certeza é que os níveis de poluição desta semana em Cingapura são maiores dos que ocorreram durante a Olimpíada de 2008 em Pequim. Na ocasião, o governo Chinês tomou algumas medidas para diminuir os índices, especialmente com severas restrições ao tráfego local. Durante os Jogos, os níveis de poluentes primários diminuíram consideravelmente.

No caso de Cingapura, isto não será possível uma vez que a origem da poluição não está no trânsito local, mas sim em queimadas de larga escala que estão ocorrendo no país vizinho, a Indonésia. Não há previsão de melhoras para esta semana.

Os poluentes primários incluem substâncias como dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio, monóxido de carbono e ozônio. Todas causam problemas nas vias respiratórias e, no caso de atletas em trabalho de alta performance, a exposição a estas substâncias é mais intensa. A tendência é que ocorra uma diminuição da capacidade pulmonar dos pilotos durante a corrida.

Vale lembrar que o GP de Cingapura é o mais exigente fisicamente em toda a temporada. Além das altas temperaturas, o circuito de Marina Bay é extenso e com baixa média horária, o que leva a corrida sempre próxima ao tempo limite de duas horas. Lidar além disso com um ar extremamente poluído será uma novidade para o organismo dos pilotos. Dificuldades respiratórias e para manter a concentração são esperadas se o nível de poluição de ar no domingo estiver em níveis parecidos com os de ontem à noite.

UOL Esporte

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