(Foto: Hiroshi Yamamura/EPA/Efe) |
A Fórmula 1 volta neste final de semana ao palco do acidente mais grave ocorrido na categoria em mais de 20 anos sem ter solucionado totalmente a sucessão de falhas que resultou na morte de Jules Bianchi, após nove meses em coma, no final de julho. Das sete mudanças propostas pela comissão que avaliou as causas da batida, apenas duas constam no atual regulamento da categoria.
O GP do Japão do ano passado foi cercado de polêmicas. Durante a semana, já se sabia que um tufão passaria perto da região de Suzuka no domingo, mas a programação seguiu normalmente. Sob forte chuva, que chegou a adiar o início da prova em 35min, Bianchi perdeu o controle de sua Marussia no mesmo ponto em que Adrian Sutil havia escapado pouco tempo antes e se chocou contra o trator que fazia a remoção do Sauber do alemão.
Com a desaceleração causada pelo violento choque, com força maior de 100 vezes a gravidade, Bianchi sofreu sérias lesões cerebrais, que levaram o piloto de 25 anos à morte, na primeira fatalidade da Fórmula 1 desde Ayrton Senna, em 1994.
Após o acidente, a Federação Internacional de Automobilismo reuniu um painel de especialistas para propor mudanças a fim de que acidentes do tipo não voltem a ocorrer. No entanto, apenas duas das sete medidas propostas estão em vigor.
O que mudou após o acidente
A alteração mais marcante foi a criação do Safety Car Virtual, a fim de obrigar os pilotos a diminuírem consideravelmente a velocidade quando há fiscais trabalhando na pista ou na área de escape em locais perigosos. Isso porque Bianchi não teria desacelerado suficientemente mesmo vendo as bandeiras amarelas duplas agitadas quando escapou da pista.
Durante o VSC, o Safety Car em si não entra na pista, mas os pilotos recebem instruções no volante para manter-se em determinado limite de tempo e têm de andar a aproximadamente 35% do ritmo normal.
Outra mudança que saiu do papel foi a antecipação do horário de cinco provas, inclusive do Japão. A corrida de Suzuka, que teve largada às 15h locais em 2014, começará às 14h neste ano – 3h da madrugada de domingo pelo horário de Brasília. Também foram alterados os horários dos GPs da Malásia, China, Austrália e Rússia. Isso, para evitar que o final das provas coincida com a queda de luminosidade natural.
O que ficou no papel
O principal fator que não teve solução até agora foi a falta de testes para os pneus de pista molhada. Como o regulamento impede a fornecedora de realizar testes privados, estes pneus acabam sendo usados apenas nas corridas e têm seu desenvolvimento comprometido. Esta continua sendo uma briga da Pirelli, que espera resolver a questão para a próxima temporada.
Outras recomendações que ainda não surtiram efeito são a revisão das áreas de risco potencial que a F-1 ainda tem; a checagem do software de integridade dos carros; a obrigatoriedade dos pilotos jovens passarem por um treinamento para saberem quais os preceitos de segurança da categoria e a obrigatoriedade da revisão dos padrões de drenagem de água nos circuitos.
Os carros voltam à pista com duas sessões de treinos livres de 1h30, sendo a primeira a partir das 23h da quinta-feira pelo horário de Brasília e a segunda às 3h da madrugada de sexta. A classificação será às 4h da madrugada do sábado e a corrida, às 3h do domingo.
UOL Esporte
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