Esqueça a poluição da Baía de Guanabara e o lixo nas raias de competição. O que mais desagradou os atletas no sábado (15), primeiro dia do evento-teste de vela para a Olimpíada de 2016 não foi água. Foi, na verdade, a obra na Marina da Glória e o empecilho que ela criou para os competidores.
A marina é o ponto de apoio do evento-teste de vela. É de lá que os velejadores partem para as regatas, preparam seus barcos para as competições e lidam com os organizadores do torneio.
Acontece que o local está sendo completamente reconstruído. Cerca de R$ 65 milhões estão sendo investidos para prepará-lo para os Jogos Olímpicos e remodelar sua operação naval. E enquanto operários e máquinas correm para deixar tudo pronto antes da Rio-2016, mais de 300 velejadores adaptam-se à força para competir na Baía de Guanabara.
"As coisas ficaram todas longe", reclamou a velejadora brasileira Fernanda Decnop. "Para você arrumar o barco, tem que ir para um lado; para falar com os organizadores, tem que para o outro lado. Enfim, temos que nos adaptar."
"A marina não está pronta. Não é o ideal", complementou o bicampeão olímpico Robert Scheidt. "Mas o que importa para nós é a condição da água. Isso está bem."
Segundo Tania Braga, gerente de Sustentabilidade do Comitê Organizador Rio-2016, a qualidade da água das áreas de regata do evento-teste está realmente alta nesta semana, melhor até que a necessária para a prática esportiva. O trabalho de coleta do lixo flutuante também tem funcionado e, no primeiro dia de regatas, resíduos não foram encontrados nas áreas de competição.
No primeiro dia do evento-teste, foram poucos os atletas que reclamaram na água da Guanabara. A reforma da Marina da Glória, entretanto, virou um dos temas de uma reunião realizada com competidores na manhã de sábado, antes das regatas.
Atletas reclamaram da falta de cobertura na área de preparo dos barcos. Com dias de sol forte no Rio, eles disseram que gostariam de preparar-se para as regatas na sombra. Atualmente, eles preparam-se numa área aberta exatamente ao lado do canteiro de obras. Operários e máquinas, inclusive, seguem trabalhando normalmente ao lado dos esportistas.
O diretor de Esporte do Rio-2016, Rodrigo Garcia, disse que a realização do evento-teste em meio a reforma da Marina da Glória foi acertada com a BR Marinas, empresa responsável pela obra. Ele reconheceu as limitações causadas pela obra, mas disse que elas não prejudicam os testes olímpicos. Pelo contrário, testam outras áreas.
"Já que temos que espalhar nossa operação por estruturas temporárias por causa da reforma, a gente aproveita para verificar os serviços de nossos fornecedores e verificar alternativas", lembrou Garcia. "No fim, sempre há algo para testar."
A reforma da Marina da Glória deve estar pronta para o Carnaval de 2016. Já este que é o último evento-teste de vela da Olimpíada termina no próximo sábado (22).
UOL Esporte
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