Sebastian Vettel demonstrou sua indignação com o estouro de seu pneu na penúltima volta do GP da Bélgica. O piloto, que tentava completar a prova com apenas uma parada nos boxes, vinha em terceiro lugar, defendendo-se do ataque de Romain Grosjean, quando ocorreu o furo que o tirou da prova.
"É inaceitável", bradou o piloto. "Se acontece 200m antes, eu não estaria aqui falando nesse momento. "Espero explicações deles (Pirelli). Isso não é um furo, já tinha acontecido isso com Rosberg. Eu fui para fora da pista, Nico também. É estupidez dizer que isso é um furo. É uma explosão. Não sei o que mais precisa acontecer. Uma coisa é ficar chateado com o resultado, mas as corridas são assim e merecíamos o pódio, mas outra é que, se isso [o estouro] acontece antes... é um tema que vira e mexe reaparece mas ninguém faz nada."
O estouro aconteceu instantes depois do piloto ter passado pela Eau Rouge, famosa – e perigosa – curva feita a pouco menos de 300km/h. Nos treinos livres, Nico Rosberg teve estouro semelhante, em outro ponto do circuito. A fornecedora de pneus, contudo, disse que não houve falha estrutural e apontou "causas externas" para o problema. Isso, contudo, não convenceu Vettel, que chegou a cobrar o diretor de prova Charlie Whiting antes da prova.
"A resposta é sempre a mesma: 'teve um corte, deve ter passado por detritos, talvez tinha algo errado com a carenagem, talvez o piloto tenha saído da pista'. É besteira. Se o Nico diz que não saiu da pista, ele não saiu. Por que ele mentiria? Comigo também: eu não saí da pista. O pneu explodiu do nada. Acho que precisamos conversar porque é inaceitável".
Com a tática ousada, Vettel vinha fazendo uma grande prova de recuperação depois de não ir bem na classificação e largar apenas em oitavo. Na largada, o alemão pulou para o sexto lugar, escalando o pelotão ao longo da prova. Com o abandono, contudo, Vettel manteve-se em terceiro no campeonato, com 160 pontos.
Pirelli culpa Ferrari
Para o diretor de automobilismo da Pirelli, Paul Hembery, a falha no pneu de Vettel foi decorrente do excesso de voltas feitas pelo alemão. "Ele estava no fim da vida útil. Qualquer pneu no mundo chega no fim e isso lhe trará problemas. Ele fez 28 voltas. Achávamos que a estratégia ficaria entre duas e três paradas, como a maioria dez, mas eles claramente sentiram que conseguiriam fazer a tática de uma parada funcionar", disse o britânico. "Nossa indicação era de que a vida útil era de cerca de 40 voltas, mas é apenas uma indicação e as condições de prova podem mudar isso e às vezes não é um dado preciso. As outras equipes adotaram outra postura."
Hembery também evitou comparações entre os estouros nos pneus de Rosberg e Vettel. "O do Rosberg foi um corte externo; nesse caso foi puramente desgaste. As imagens mostram que a carcaça estava intacta. Se a corrida tivesse uma volta a menos, ele estaria no pódio e estariam dizendo que foi uma tática genial - às vezes as margens são muito tênues. Então é duro."
UOL Esporte
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