(Foto: Kevin Paassen/AFP) |
Sem algumas de suas principais estrelas, o Brasil foi para os Jogos Pan-Americanos de Toronto com o objetivo de tentar finalizar na terceira, ou, na pior das hipóteses, quarta colocação geral no quadro de medalhas. É certo que terminará atrás dos Estados Unidos e não seria surpresa nenhuma nesta edição ficar atrás dos anfitriões e continuar com menos medalhas douradas do que Cuba. Mas, passados cinco dias, apareceu um inesperado "penetra" para atrapalhar: a Colômbia.
Desde o primeiro dia oficial de competições até agora, só no final da noite de quarta-feira os brasileiros conseguiram se igualar ao país vizinho em ouros (desde então está sempre atrás). Os colombianos viraram a quarta-feira com 16 ouros, mesmo número do Brasil. Em só cinco dias, o número de láureas do país vizinho já é superior às 14 que tiveram nos Jogos do Rio-2007 e oito a menos do que ganharam na última edição, em Guadalajara-2011 (ainda faltam 11 dias para acabar os Jogos de Toronto).
A Colômbia ainda tem a disputar uma competição que chega a ser uma de suas principais galinhas dos ovos de ouro, o ciclismo. Nele, ganhou sete medalhas de ouro no último Pan.
Jamais, nas outras 17 edições da história, o Brasil ficou atrás dos colombianos no quadro de medalhas. A última vez que ficou de fora do top 4 foi há 20 anos, em Mar del Plata, na Argentina.
Os colombianos comemoram o bom momento e apostam que a fonte não secou, com mais ouros no ciclismo, mas colocam uma meta modesta e não se veem brigando com o Brasil. "A Colômbia vem melhorando em diferentes competições há alguns anos porque temos feito um trabalho muito duro. Acabou o levantamento de peso, no qual ganhamos medalhas em todas as 13 categorias. Mas não brigaremos com Brasil, o Brasil é um nível bem maior. Somos conscientes do que temos, e as diferenças são muito significativas", falou Rafael Lloreda, chefe da delegação colombiana, ao UOL Esporte.
"O ciclismo deve dar mais medalhas, sempre foi um esporte em que nos destacamos. Perdemos medalhas incríveis ainda, como na patinação e com Mariana Pajon, do BMX, que sofreu uma queda. Não dá para garantir que numero teremos até o final, mas a meta é superar Guadalajara."
Embora os colombianos ainda tenham o ciclismo, outros de seus principais polos de primeiro posto no pódio já se foram, o principal deles o levantamento de peso, de onde tirou oito medalhas de ouro até agora. O esporte é o maior propulsor em relação aos Jogos de 2011, quando conseguiram apenas três medalhas douradas. Em contrapartida, o Brasil ainda segue disputando a natação e ainda iniciará as competições na vela, atletismo e esportes coletivos, que tradicionalmente dão muitos ouros. Por isso, para alguns, o calendário jogou a favor da vantagem colombiana até agora.
"A Colômbia está indo muito bem e acho que o calendário tem ajudado, com muitas disputas de levantamento de peso nestes primeiros dias. A meta estabelecida pelo cfoi de ultrapassar o número de ouro de 2011 que foi de 24 e tentar chegar aos 30. No geral, passar das 100 medalhas", disse o jornalista Héctor Chávez, repórter da Rádio Caracol.
O COB sempre deixou claro de que prefere um desempenho melhor no quadro geral de medalhas, considerando todas as cores, do que apenas nas de ouro. A argumentação é de que para se considerar o desenvolvimento de um esporte é melhor levar em conta o número de atletas que estão no pódio do que apenas os que foram vencedores. Nesse quesito, no Pan, o Brasil está bem. Tem bem mais medalhas no geral do que Colômbia e até do que Cuba, só ficando atrás de Estados Unidos e Canadá.
O ex-jogador Bernard, um dos chefes da delegação brasileira, diz acreditar que a expansão da Colômbia se deve, entre outras coisas, por ser forte em esportes com muitas categorias. "A estratégia deles é buscar esportes com maior números de medalhas. O levantamento de peso hoje são 12 e antes eram 45. O esporte coletivo se joga do primeiro ao último dia. Você tem que tentar ser bom em todos os esportes", falou.
UOL Esporte
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