(Foto: James Moy Photography) |
A cena chama a atenção. No motorhome da Williams em Red Bull Ring, mais de 30 jornalistas do mundo todo se apertam em volta a uma pequena mesa para ouvir a opinião do brasileiro Felipe Massa sobre os mais diversos temas. As entrevistas de quinta-feira sempre são as que mais rendem, pois os pilotos ainda não estão sob a tensão da disputa e do cronograma apertado do final de semana. E o horário do brasileiro é o mais concorrido.
Massa está em grande forma. Fala da luta da Williams para incomodar equipes com um orçamento três vezes maior que ela. Fala também da necessidade da Fórmula 1 pensar as mudanças necessárias com cuidado, para não piorar ainda mais o quadro atual. Encerrada a sessão, um jornalista inglês fica mais uns segundos para parabenizá-lo. “Muito sensatas as suas palavras”. Ele sorri: “É o que eu penso de verdade. E o assunto é importante”.
Foi esta mistura de autoconfiança e alegria que o piloto exibiu durante todo o final de semana do GP da Áustria. Já participei de entrevistas com Felipe Massa desde seu início da Fórmula 1 e logo aprendi que, mais do que suas palavras, a melhor maneira de entendê-lo está no seu humor e na sua postura corporal. E desde 2008 eu não o via desse jeito. Perguntei-lhe se a alegria de estar num time que o deixa à vontade e com um carro competitivo lhe remetia àquela época.
“Sem dúvida. É porque as coisas estão funcionando bem: o trabalho com a equipe, os engenheiros, o jeito que eu sinto o carro ao pilotar. E quando você se sente mais confortável, acaba fazendo um trabalho melhor também. Me sinto bem e a Williams está fazendo um trabalho muito bem feito, levando em conta o tamanho dela em relação às equipes grandes que estão à nossa frente”, resumiu.
Há um ano e meio no novo time, Massa mostra que de fato rende mais num ambiente em que se sente acolhido e valorizado – como acontecia na Ferrari antes da chegada de Fernando Alonso. Neste período na Williams, conquistou a confiança dos engenheiros que não o conheciam e, porventura, tinham dúvidas da sua capacidade. Com Valtteri Bottas, mantém uma competição saudável: um quer superar o outro na pista e quem leva a pior em determinado dia não deixa de mostrar a decepção.
“A vontade é de ficar na frente não só do companheiro de equipe, mas também dos outros pilotos. Chegar no (Sebastian) Vettel é muito difícil, mas o Kimi está só dez pontos à frente na tabela e seria uma meta possível também”, admite Massa, atualmente em sexto no campeonato.
Disputa à parte, Massa e Bottas trabalham muito bem para ajudarem juntos a Williams a desenvolver o equipamento. As novidades aerodinâmicas introduzidas no carro deixaram ambos esperançosos de incomodar a Ferrari com mais frequência – o pódio do brasileiro mostra como isso é possível. A meta agora é dar continuidade a isso em Silverstone.
“É uma pista com muitas curvas de alta velocidade, nas quais o nosso carro se comporta muito bem. É também um traçado com retas compridas. Acho que nosso carro tem tudo para se dar bem lá”, aposta Massa.
UOL Esporte
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