(Foto: Satiro Sodre/SSPress) |
Para ganhar uma medalha nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN), Jackson Oliveira precisará fazer da melhor forma possível o que mais gosta e sabe: saltar de uma plataforma de 10 metros e fazer acrobacias no ar antes de cair na piscina Precisará também superar um medo que tem: o de altura. É isso mesmo. O atleta da seleção brasileira de saltos ornamentais não é adepto de grandes elevações.
"Eu tenho medo de altura, de pular lá do alto. Mas antes de cada prova eu faço um trabalho psicológico, vou me conscientizando do que tenho de fazer. Isso me ajuda a sentir seguro e não me arriscar tanto a ponto de me machucar. Nunca aconteceu nada grave, só coisas normais como cair de barriga na água e ficar bem roxo", afirmou Jackson, que fará em Toronto sua estreia em Pans.
"Pode até parecer estranho. Mas eu tenho mais medo de sair correndo e pular de pé de dez metros do que ficar fazendo as acrobacias. Cair de pé ainda é muito assustador para mim. E antes de cada prova, eu sempre sinto um friozinho na barriga. No treino, vou aumentando a altura aos poucos, mas quando é para valer, sempre treme a perna antes do meu primeiro salto", completou o jovem de 21 anos.
Apesar do medo, Jackson tem conseguido tirar isso de letra e vem provando seu talento na plataforma de 10m. Já venceu seis vezes o título brasileiro juvenil, duas vezes o adulto, foi 21º no Mundial Juvenil da Austrália, em 2012, e no último Troféu Brasil, em maio, acabou na 3ª posição. Foi neste evento que ratificou a sua classificação para o Pan de Toronto, no qual estará em ação no dia 10 de julho para as eliminatórias e para a final, caso obtenha a vaga.
"Se em outros esportes o Pan tem um nível mediano, nos saltos ornamentais é muito forte. Temos ótimos saltadores nos Estados Unidos, Canadá, México, Colômbia. Será uma competição muito difícil", disse Jackson, que também compete na plataforma de 10m sincronizada ao lado de Hugo Parisi – nesta prova competirá no dia 13 de julho.
Em que pese ter várias conquistas e ter obtido a classificação para o Pan, Jackson não leva tanto tempo assim nos saltos ornamentais. Pratica a modalidade há somente cinco anos e seu início foi sem tanta pretensão. Em 2010, durante suas férias foi fazer um curso na USP (Universidade de São Paulo). Foi tão bem que acabou sendo convidado para treinar no Pinheiros, clube que representa até hoje.
Antes deste curso, que definitivamente mudou a sua vida, mostrava seu talento com saltos e piruetas com apresentações de ginástica acrobática que fazia em Varginha (MG), cidade onde passou grande parte de sua infância e adolescência.
"Por três anos, fiz ginástica acrobática, que é aquela típica de circo. Muitas vezesme apresentava em eventos. E ela tem muita semelhança com saltos ornamentais, por causa dos giros, piruetas e da noção espacial que você precisa ter. Talvez isso tenha me ajudado a ter uma ascensão tão rápida nos saltos ornamentais", afirmou.
Jackson já zerou em competição internacional
Há pouco mais de duas semanas um vídeo de saltos ornamentais viralizou na internet. Ele trazia imagens de dois saltadores filipinos que conseguiram zerar em seus saltos durante a disputa dos SEA Games (espécie de Pan-Americanos do Sudeste Asiático). Jackson afirmou que já passou por situação idêntica de sua carreira, mas "comemorou"o fato de tais imagens nunca terem aparecido.
"Foi uma vez que estava em uma competição internacional na Alemanha e graças a Deus não foi filmado, nem vazou na internet (risos). Eu estava muito cansado e acabei zerando por fazer um salto muito ruim. Não estava acostumado com aquele ritmo. Não digo que tenha sido uma vergonha., mas não foi legal. Não dá vontade de sair de baixo da água. Mas o pessoal que estava competindo me apoiou", contou o brasileiro.
(Foto: Satiro Sodre/SSPress) |
UOL Esporte
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