(Foto: UOL Esporte) |
Acabou a espera do Golden State Warriors. E acabou em grande e belíssimo estilo. Em Cleveland, os Warriors jogaram uma barbaridade, venceram o Cleveland com autoridade por 105-97, fecharam a final da NBA em 4-2 e conquistaram o título pela primeira vez em 40 anos (a outra conquista havia sido em 1975) coroando uma temporada perfeita.
O troféu faz do fantástico Steve Kerr um técnico a ser campeão da principal liga de basquete do mundo em seu ano de estreia, aliás. Além disso, Kerr entra em um grupo de, entre outros Phil Jackson e Pat Riley, personagens que foram campeões como técnicos e como jogadores também (aqui a lista completa). Brilhante nos últimos três duelos desta final, Steph Curry, o MVP da temporada regular, terminou com 25 pontos e 8 assistências. Do outro lado, mais uma atuação fenomenal de LeBron James (32 pontos, 18 rebotes e 9 assistências) não foi suficiente. Outro fundamental, Andre Iguodala, terminou com 25-5-5 em mais uma atuação fantástica e foi justamente eleito o MVP das finais (lembrando que o cara não começou uma partida sequer entre os titulares até as finais).
O camisa 23 do Cavs, que perdeu a sua terceira final em casa aliás, terá que esperar para conseguir o seu objetivo desde que retornou a Ohio – dar o inédito título a uma cidade que nunca conquistou troféu nas principais ligas do esporte americano. E antes que as críticas surjam, é bom deixar o mais claro possível: LeBron não tem culpa de nada. Quem viu os jogos ou verifica seus números nesta decisão vê que o cara era o exército de um homem só brigando contra um time que tinha um punhado de armas em todas as posições. Criticá-lo por este vice-campeonato (o quarto em sua carreira) é, desde já uma sandice.
Com o título, o ala-armador brasileiro Leandrinho, que teve participação bem importante nesta decisão, se tornou o segundo jogador do país a conquistar o troféu da NBA (o primeiro havia sido Tiago Splitter, em 2014, pelo San Antonio Spurs contra o Miami Heat). Mais do que isso: desacreditado dois anos atrás quando lesionou o seu joelho, o camisa 19 do Golden State Warriors deu uma incrível volta por cima e acaba de escrever o mais bonito capítulo de seu livro recheado de páginas de superação (como falei aqui antes da decisão, aliás). Aos 32 anos, ele acaba de levantar o caneco mais importante da modalidade, e acho que nada mais precisa ser dito depois disso, né?
O primeiro período foi um verdadeiro baile de basquete por parte do Golden State Warriors. O placar de 28-15 diz muito, mas não tudo. Os californianos amassaram o Cleveland na defesa, forçando o rival a 6 desperdícios de bola, foram brilhantes no ataque com um jogo de passes surreal de bom (11 assistências em 12 chutes convertidos) e cirúrgicos nas bolas de fora (4 tiros longos em 12 minutos). Àquela altura, Steph Curry tinha 9 pontos e 3 assistências. Andre Iguodala, 10 em mais uma atuação espetacular. Foi a senha para uma noite histórica.
No segundo período o Cleveland esteve bem mais ativo na defesa, concentrado no ataque (apenas 3 desperdícios de bola) e chegou a encostar no placar. Mas toda vez que a torcida se animava vinha uma bola certeira de fora do Golden State para calar o ginásio (como foi a de Harrison Barnes ali pela metade do quarto) até que nos dois minutos finais LeBron James foi dominante com a bola nas mãos, Tristan Thompson fez brilhante trabalho perto da cesta e os Cavs foram para o garrafão com apenas dois pontos de desvantagem (43-45).
O segundo tempo começou e mais uma vez a força do elenco do Golden State foi fundamental. O pivô nigeriano Fetsus Ezeli (foto), que na temporada regular foi reserva de Andrew Bogut (o australiano nem entrou, aliás), saiu do banco e converteu dez pontos para aumentar ainda mais a diferença para os Warriors. Do outro lado, LeBron James, cansado ao extremo (natural devido a sua excessiva minutagem nesta final), desperdiçava arremessos (terminaria o período com 8/21) e muitas bolas (eram 5 os erros dele naquele momento), dando ao Golden State a tranquilidade para atacar e ampliar a liderança e a auto-estima visando o quarto período. Com 36 minutos jogados, os 73-61 mostravam bem a grande superioridade do Golden State na noite desta terça-feira em Cleveland.
No último suspiro e buscando gás sabe-se lá de onde, LeBron James e os Cavs abriram o período derradeiro com 7-2 na parcial e reduziram a diferença para 68-75, mas depois do pedido de tempo de Steve Kerr o Golden State Warriors voltou a jogar melhor, impedindo que a reação fosse maior por parte do Cleveland. A vantagem dos californianos voltou a cada dos dois dígitos, e com o cronômetro apertando o desespero da franquia de Ohio foi ficando maior. No final, a vitória de 105-97 acabou por coroar a melhor equipe da temporada com o título.
Não custa lembrar: este timaço de bola do Golden State Warriors conquistou 67 vitórias na temporada regular, perdeu apenas cinco jogos nos playoffs, teve o MVP do campeonato e das finais, um elenco de jogadores absurdamente talentosos, jovens e versáteis, o melhor ataque e a segunda melhor defesa do certame. Não sei se poderia haver um título com maior merecimento como este do campeonato de 2014/2015. Foi a melhor equipe de ponta a ponta do certame sem dúvida alguma.
Viu o jogo? Título justíssimo do Golden State Warriors, né? O Cleveland decepcionou, ou até o ponto máximo com o elenco que restou após as lesões? Que grande história do Leandrinho, hein! Comente aí esta conquista da turma da Califórnia!
UOL Esporte
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