Brasil apresenta, no Pan de Toronto, dez armas secretas para o Rio 2016

(Foto: Fred Hoffman/Divulgação)















Martine Grael e Kahena Kunze são, atualmente, as melhores velejadoras do mundo. Isaquias Queiroz é bicampeão mundial de canoagem. Thiago Braz é campeão mundial júnior e dono da segunda melhor marca do planeta no salto com vara.

Em comum, além do potencial enorme para brilhar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, os quatro se preparam para sua estreia em Jogos Pan-Americanos, a partir do dia 10 de julho, em Toronto, no Canadá. O UOL Esporte listou dez apostas do Brasil para 2016 que serão apresentadas no Pan. Conheça, agora, as armas secretas do esporte verde-amarelo:

Martine Grael e Kahena Kunze (vela)

Ver um membro da família Grael conquistando medalha não é novidade. Mas, para a mais nova do clã mais famoso de velejadores do Brasil, o Pan de Toronto é a primeira chance para subir ao pódio em uma competição desse porte. Martine é filha do bicampeão olímpico Torben Grael. E forma com a amiga de infância Kahena Kunze a melhor dupla do planeta da classe 49erFX. Juntas, Martine e Kahena foram vice-campeãs mundiais em 2013, campeãs mundiais em 2014 e foram eleitas, no ano passado, as melhores velejadoras do mundo.

Marcus Vinícius D'Almeida (tiro com arco)

Transformar um adolescente em favorito a uma medalha olímpica pode parecer exagerado. Mas não para Marcus Vinícius D'Almeida. Aos 17 anos, ele já é o maior atleta que o tiro com arco do Brasil já produziu. Com resultados de gente grande. Em 2014, ele foi medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos da juventude e, poucos dias depois, conquistou o vice-campeonato da Copa do Mundo da modalidade. Neste ano, foi a vez do ouro: no início de junho, ele foi campeão mundial júnior. O Pan 2015 será seu primeiro grande teste com atenção de público e mídia do país.

Hugo Calderano (tênis de mesa)

Depois de Hugo Hoyama transformar o tênis de mesa em um dos esportes mais vitoriosos do país em Jogos Pan-Americanos, outro Hugo chega para continuar seu legado. Hugo Calderano é mais um que subiu aos pódio nos Jogos Olímpicos da Juventude: em Nanquim 2014, foi medalhista de bronze. Aos 19 anos, ele já conquistou o melhor resultado do Brasil na história do circuito mundial da modalidade (vice-campeão de duplas, ao lado de Gustavo Tsuboi, no Aberto do Qatar).

Thiago Braz (salto com vara)

Com a ascensão de Fabiana Murer e a parceria com o ucraniano Vitaly Petrov, o Brasil criou uma verdadeira escola do salto com vara. Thiago Braz, de 21 anos, é o mais promissor dos atletas que saíram dessa linha de montagem. Ele foi vice-campeão olímpico da juventude em 2010 e, em 2012, conquistou o título mundial júnior. Os resultados no nível mais alto do esporte começaram a aparecer nesse ano, após trocar de treinador. Deixou Elson Miranda e passou a trabalhar diretamente com Petrov na Itália (em rompimento que rendeu acusações de aliciação do brasileiro). Hoje, ele é dono da segunda melhor marca do ano, 4,92m – só o francês Renaud Lavillenie (6,05m) saltou mais alto na temporada.

Isaquias Queiroz (canoagem sprint)

Um atleta bicampeão mundial pode ser considerado uma arma secreta? Para Isaquias Queiroz, sim. Aos 21 anos, ele é o principal nome da canoagem de velocidade do país. Conquistou dois títulos mundiais na prova do C-1 500m, provas que não estão no programa olímpico. Mas ele, também, subiu ao pódios em Mundiais em duas provas que estão, sim, nos Jogos Olímpicos: foi bronze no C-1 1000m em 2013 e repetiu o terceiro lugar no C-1 200m em 2014. E, um detalhe: todas as suas conquistas vieram com apenas um rim. Ele perdeu o outro quando ainda era criança, ao cair sobre uma pedra em um rio.

Ana Sátila (canoagem slalon)

Em 2012, em Londres, Ana Sátila era a atleta mais jovem da delegação brasileira. Três anos depois, a garota que era promessa do esporte nacional cresceu. E tem um título mundial para mostrar que pode, sim, surpreender no Rio de Janeiro. Ana Sátila, de 19 anos, conquistou o título mundial júnior de canoagem slalom em 2014, competindo em Foz do Iguaçu. Ela já tinha sido bronze no Mundial sub-23 em 2013, em uma prova não olímpica.

Flávia Saraiva (ginástica)

No ano passado, Flávia Saraiva encantou o mundo nas Olimpíadas da Juventude de Nanning, na China, conquistando três medalhas. Essas três medalhas fizeram da jovem de 15 anos (e só 1,42m de altura) a grande esperança da ginástica artística brasileira – até mesmo a Federação Internacional da modalidade disse que a chegada da ginasta faria o Brasil voltar a lutar por uma vaga entre as melhores equipes do mundo. A responsabilidade subiu ainda mais na segunda-feira, quando Rebeca Andrade, a outra joia da modalidade por aqui, lesionou o joelho e deve ficar até oito meses parada.

Matheus Santana (natação)

O nadador carioca é mais um dos astros brasileiros revelado pelas Olimpíadas da Juventude. Na China, ele conquistou o ouro nos 100m livre e ainda foi vice-campeão nos 50m livre. Comparações com o recordista mundial e campeão olímpico Cesar Cielo a parte, ele vai para o Pan de Toronto para provar que já fez a transição das competições juvenis para o adulto. O torneio é, também, um teste para ver como a revelação de 19 anos lida com a pressão de um megaevento.

Iris Sing (taekwondo)

Talvez o nome menos conhecido da lista, Iris Sing tem 24 anos e conquistou, há pouco mais de um mês, sua primeira medalha em Campeonatos Mundiais. Na Rússia, ela foi bronze na categoria até 46kg - para os Jogos Pan-Americanos e Olímpicos, ela terá de competir nos 49kg, em que é nona do ranking. Foi a única brasileira a subir no pódio no torneio, disputado na Rússia.

Seleção masculina de polo aquático

Como um time com um técnico tetracampeão olímpico e que tem como estrela um jogador de 31 anos pode ser considerado novato? Simples: o time do Brasil que vai disputar o Pan-Americano de Toronto não existia em 2011. Pelo menos, não com a mesma força. Em quatro anos, o polo brasileiro contratou o croata Ratko Rudic, dono de quatro ouros olímpicos, repatriou Felipe Perrone, MVP da Liga dos Campeões de 2015, e trouxe cinco atletas que nasceram fora do país para defender a seleção – um deles, o goleiro sérvio Slobodan Soro, foi campeão mundial em 2011. No último domingo, a equipe foi terceira colocada na Liga Mundial, melhor resultado da história da modalidade no país.

UOL Esporte

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