Acordo de amistoso Barça e Santos é investigado por Justiça da Espanha

Na ação aberta na Justiça espanhola sobre Neymar, há uma investigação sobre o contrato do amistoso entre Barcelona e Santos: a intenção é verificar se o jogo foi usado para simular parte da negociação do jogador. É o que mostra ação a que o blog teve acesso. Nos bastidores, representantes do time espanhol alegam que tentaram marcar a partida, mas a diretoria santista tem rejeitado.

A DIS apresentou uma queixa-crime contra Neymar, Santos e Barcelona, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro e Odílio Rodrigues (ex-presidentes santistas) e Sandro Rosell e Josep Bartomeu (barcelonistas) no judiciário espanhol.  O juiz José Del La Mata Amaya, de Madrid, aceitou a denúncia e iniciou um processo para verificar dois delitos: corrupção entre particulares e fraude.

Isso porque o juiz desconfia que o contrato de amistoso entre os dois times, e o convênio para direito de preferência para jogadores santistas foram maneiras de esconder parte da negociação de Neymar. Assim, burlariam a DIS, que detinha direitos sobre a venda do atleta.

“Esses contratos se celebraram praticamente na mesma data da transferência dos direitos federativos entre as mesmas partes, entre os representantes do Barcelona e do Santos, que seriam os responsáveis criminais pelos delitos. Assim,  depois, esses contratos, presumidamente constituem uma simulação contratual dirigida a prejudicar a DIS e esta conduta poderia se enquadrar no artigo 251,3 do código penal'', afirmou o juiz.

Em seguida, o magistrado afirma que, se não fosse realizado o amistoso entre Barça e Santos no Brasil, o clube do litoral paulista teria direito a 4,5 milhões de euros como remuneração. Isso provaria a simulação.

Mas pessoas ligadas ao Barcelona contestam essa versão. A informação é de que o clube só pagaria se faltasse a um jogo marcado pelo Santos. Mais, o o clube espanhol ofereceu cinco datas para a realização do amistoso no Brasil em 2015, o que demonstraria que não é uma simulação. A partida só não foi realizada porque a diretoria santista não quis. O blog não encontrou dirigentes do Santos para confirmar essa informação.

Lembre-se: o time brasieiro tomou 8 a 0 no amistoso na Espanha. Isso gerou discussões entre os santistas se deveriam realizar mais uma partida em casa.

A Justiça espanhola ainda desconfia do pagamento pelo Barcelona dos 7,9 milhões de euros pelos direitos de preferência dos jogadores santistas Victor Andrade, Giva e Gabriel (o Gabigol). Só por Victor Andrade foram 3,2 milhões de euros. “Apesar do feito, o Barcelona finalmente não exerceu o direito da aquisição dos três jogadores apesar de ter pago o dinheiro'', argumenta o juiz.

De novo, nos bastidores, barcelonistas contestam a informação: alegam que esse tipo de convênio é comum em vários clubes. Um exemplo seria Gerson, do Fluminense, cujos preferência de contratação foi adquirida pelo clube. Na versão do espanhóis, é normal perder dinheiro.

Uma indício  a favor da tese da DIS de simulação é um contrato entre Barcelona e Santos que prevê que os dois têm que dividir o prejuízo a ser pago à empresa se essa ganhar direito sobre esses contratos paralelos à transação de Neymar. O blog teve acesso a esse documento assinado pelos seus ex-presidente Laor e Odílio Rodrigues, e pelos barcelonistas. A reportagem ligou para os celulares de ambos, mas não foi atendida.

UOL Esporte

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