A seleção brasileira não consegue parar de pensar na histórica derrota por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014. Ainda que jogadores, comissão técnica e dirigentes tentem tratar o assunto como página virada, a verdade é que o vexame no Mundial disputado em casa há um ano ainda atormenta a vida dos atletas que vestem a camisa amarela.
Um dos únicos a conversar abertamente com a imprensa sobre o peso carregado pelo time de Dunga neste quase um ano de trabalho após a Copa, o atacante Diego Tardelli resumiu a pressão que não é apagada nem mesmo com as vitórias em amistosos e outras competições.
"Sim, esse 7 a 1 ainda pesa. Eu, por exemplo, não estive na Copa, mas carrego esse peso. É muito complicado, ainda não dá para esquecer. Não vamos apagar isso agora, talvez só depois de um ciclo, de uma Copa. Isso demora a passar. A pressão está grande", admitiu Tardelli.
"Todos os jogadores que passam pela seleção brasileira após a Copa carregam esse peso, essa responsabilidade enorme pelo que aconteceu em 2014. Não está fácil vestir a camisa da seleção depois daquilo. Mas não adianta falar, temos que melhorar, dar uma resposta. O grupo tem muita qualidade e pode superar", completou o atacante do Shandong Luneng, da China.
A resposta, no entanto, não será das mais fáceis. Por conta do peso de dois fracassos seguidos em competições oficiais em menos de um ano e da evolução de adversários diretos do continente, o grupo brasileiro já mostra até um temor para o próximo desafio: as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
"Vai ser complicado, acho que a pior que já tivemos. Futebol evoluiu muito. Mas acredito na nossa equipe. Vamos buscar alternativas. E ainda teremos grandes jogadores de volta", analisou Willian.
"Com certeza vai ser a eliminatória mais difícil de todos os tempos. Precisamos encontrar soluções, jogar melhor. Sofremos um pouco contra um adversário direto e fomos eliminados", endossou o zagueiro Thiago Silva.
As declarações dos jogadores da seleção mostram a preocupação às vésperas de uma etapa que nunca significou maiores perigos ao único time que disputou todas as Copas do Mundo – desde 1930.
"Tentamos recuperar a imagem da nossa seleção, infelizmente não deu. Agora é levantar a cabeça, até porque temos as eliminatórias pela frente. Será um desafio muito importante para a equipe, em todos os aspectos", concluiu o capitão Miranda.
Antes da disputa por uma vaga na Copa de 2018, porém, a seleção ainda tem mais dois compromissos. A equipe de Dunga jogará dois amistosos nos Estados Unidos – adversários ainda indefinidos – no mês de setembro. As eliminatórias começam em outubro. Até o fim de 2015 serão quatro rodadas da fase classificatória para o Mundial.
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