Aconteceu no último domingo, diante do Goiás, e novamente nesta quarta-feira, contra o ASA, pela Copa do Brasil: a bola do Palmeiras teima em não entrar. Mais uma vez, o alviverde teve controle do jogo, criou chances (principalmente no primeiro tempo) mas mostrou muitas dificuldades em marcar um gol. Dessa vez, acabou empatando em 0 a 0 e deixando o Allianz Parque sob sonoras vaias.
A atuação foi um pouco pior do que a de domingo, quando o Palmeiras deu 17 chutes no gol; o resultado, um pouco melhor. Com isso, a segunda partida do confronto entre os paulistas e os alagoanos começará em igualdade de condições e com risco de uma repetição da zebra de 2002.
No próximo domingo o alviverde terá uma partida fundamental: enfrenta o Corinthians, no Itaquerão, pelo Brasileiro. Com dois empates e uma derrota no campeonato, o time comandado por Oswaldo de Oliveira precisa se recuperar. Contra o rival, a dificuldade em fazer gols pode custar caro.
Fases do jogo: O Palmeiras teve domínio absoluto sobre o primeiro tempo: sem a bola pressionou no campo de ataque; com ela, tentou criar chances com muita movimentação. Faltou balançar as redes.
As duas chances mais claras foram na primeira metade da etapa inicial: Cristaldo recebeu dentro da área de Egídio mas finalizou sem força, nas mãos de Pedro Henrique. O goleiro do ASA fez boa defesa depois em cabeçada de Alan Patrick, que tentou aproveitar cruzamento de Lucas.
Quem esteve apagado foi Valdivia, que pouco participou das jogadas mais agudas. Cercado no meio da defesa do ASA, Cristaldo também teve dificuldades. Ao longo dos primeiros 45 minutos, os alagoanos não chegaram a assustar nenhuma vez. A falta de gols, porém, gerou gritos da torcida contra Oswaldo de Oliveira já no intervalo.
O alviverde voltou bem pior para a segunda etapa, deixando espaços e permitindo que o ASA jogasse mais. A partida ficou mais morna, sem chances em nenhum dos lados.
Para tentar mudar a situação, Oswaldo de Oliveira lançou Leandro Pereira, Zé Roberto e Cleiton Xavier. Continuou com mais posse de bola, mas na medida em que o tempo passou, as chances foram ficando cada vez menos agudas.
Aos 38 minutos veio a tão esperada grande oportunidade: Egidio acertou um cruzamento açucarado, mas ninguém apareceu para finalizar. Os minutos finais tiveram o Palmeiras se lançando ao ataque na base do desespero: metralhadora de chances com Leandro Pereira e Zé Roberto; Pedro Henrique defendeu as duas. O gol não saiu.
Ainda deu tempo para um troco do ASA em dois chutes de fora da área. Depois de controlar o jogo quase inteiro, Palmeiras só não saiu derrotado graças a Fernando Prass. Uma chuva de vaias cobriu o treinador Oswaldo de Oliveira no apito final.
O melhor: Arouca (Palmeiras). O volante correu, brigou e foi o dono do meio de campo. Ajudou defensivamente, com desarmes, e apareceu mais do que de costume nas jogadas ofensivas. Sua volta é fundamental para que o Palmeiras reencontre o futebol do Paulistão.
O pior: Valdivia (Palmeiras). O ataque alviverde estava bastante acordado; Valdivia não. Com pouca mobilidade, o chileno perdeu muitas bolas. Os passes de qualidade e, principalmente, os dribles que um dia lhe renderam o apelido de "Mago" não apareceram. Desde as quartas de final do Paulista, diante do Botafogo, vem colecionando atuações discretas.
Toque dos técnicos: Oswaldo de Oliveira continuou com o 4-2-3-1 que utilizou durante toda a temporada. Desta vez, apostou em Alan Patrick pela esquerda e Kelvin pela direita. Seu time foi ao ataque desde o primeiro minuto, e pressionou muito sem a bola. Faltou a mesma coisa que na derrota para o Goiás, pelo Brasileiro: poder de conclusão. O ASA entrou com um 4-4-2 e um volante que, muitas vezes, recuava como um terceiro zagueiro. Passou a maior parte do jogo acuado, sem sequer assustar nos contragolpes.
Para lembrar:
Homofobia segue: os gritos de "bicha" a cada tiro de meta do goleiro do ASA continuaram. Virou moda.
Quase briga: Kelvin tentou, no primeiro tempo, uma jogada individual com um atleta do ASA caído no gramado. Os alagoanos se irritaram, e por pouco não houve confusão no Allianz Parque.
Estilo europeu: a arbitragem deixou o jogo correr, só marcando falta nos lances mais ríspidos.
Impaciente: a torcida alviverde se irritava muito a cada lance desperdiçado. Já no intervalo houve gritos criticando Oswaldo de Oliveira.
UOL Esporte
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