(Foto: Ricardo Nogueira/Folhapress) |
Passada a eliminação na Copa Libertadores, chegou a hora de colocar os pés no chão.
Na última quinta-feira, o departamento de futebol do Corinthians definiu que vai encaminhar a partir da próxima semana as mudanças que considera necessárias para reduzir a folha salarial do elenco. Hoje, o custo mensal é superior a R$ 9 milhões e a redução para 2016 será bem mais profunda, possivelmente superior a 40%. Mas, a curto prazo, o clube calcula que precisará de um corte rápido de 15% nas despesas com jogadores.
Com o Corinthians fora da Libertadores, deve se confirmar o cenário que era desenhado desde janeiro para Emerson Sheik. Com salário superior a R$ 500 mil, ele tem chances remotas de renovar o contrato que acaba em 31 de julho. Entre dirigentes, fala-se que Sheik só fica se topar um novo vínculo curto e redução drástica, de aproximadamente 50%. Ainda assim, a tendência é de que ele puxe a fila de outras saídas antes de completar sete partidas pelo Campeonato Brasileiro.
O Corinthians dá tratamento diferente a Paolo Guerrero, cujo contrato acaba em exatamente dois meses. Há, entre os dirigentes, o sentimento de que o peruano é indispensável, desde que flexibilize a pedida para renovar. Ao departamento de marketing, foi solicitado empenho na busca de um patrocínio que ajude a pagar as luvas para ele permanecer. É quase descartada, porém, a hipótese de pagar algo próximo dos R$ 20 milhões pedidos. Nesse caso, a direção corintiana torce contra o mercado externo para que convença o jogador a ficar por menos.
Além dos contratos a vencer, a diretoria também deve atacar focos de insatisfação para reduzir o elenco. O caso mais notório é de Petros, que sempre deixa clara a vontade de ficar, mas a direção corintiana faz pouca força. O empresário dele, Fernando Garcia, prefere que o meio-campista respire novos ares e mantém conversas frequentes com o Flamengo. Também há chances de saída, por razões parecidas, para Luciano.
Outra possibilidade que será estudada a partir da próxima semana no Corinthians é a de fazer dinheiro com jogadores com quem possui dívidas e têm custo elevado. São os casos de Ralf (deve a ele e agentes mais de R$ 4 milhões), Renato Augusto (deve mais de R$ 5 milhões) e Gil (deve mais de R$ 2 milhões). Não há, entretanto, propostas em mãos. A negociação do zagueiro é a mais interessante, já que 90% do valor ficaria para o clube. No planejamento de 2015 feito pelo ex-diretor financeiro Raúl Correa, a venda de atletas já era prevista.
Como tem pouco mercado nesse momento, o volante Ralf puxa a fila dos que têm contratos a vencer em dezembro e precisarão mostrar muito serviço no Campeonato Brasileiro para permanecer em 2016. Nesse rol estão o meia Danilo e os laterais Edílson e Fábio Santos.
Internamente, o Corinthians também já definiu que eventuais reforços só chegarão dentro de uma realidade salarial modesta - a contratação de um meia é pedida por Tite desde fevereiro. Não há disposição para pagar salários entre R$ 300 e R$ 500 mil, faixa onde se enquadram Edu Dracena, Cristian e Vagner Love, contratados em janeiro e fevereiro. Todos esses negócios, vale lembrar, foram definidos pelo presidente Roberto de Andrade antes mesmo de ser eleito.
Para 2016, uma aposta importante é a parceria com o Bragantino, em que mais de 20 jogadores foram contratados para a Série B. O Corinthians paga o salário do treinador Osmar Loss na equipe do interior paulista e espera que ele prepare atletas jovens para Tite utilizar no futuro. A montagem do elenco foi feita em parceria entre os dois clubes, mas com o dedo principalmente do departamento de futebol corintiano.
UOL Esporte
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