Origem das Olimpíadas teve atletas nus, guerra e um campeão sanguinário

Um homem muito forte, capaz de carregar um boi nas costas, tornou-se um dos primeiros grandes nomes das Olimpíadas. Mas ele não era um herói esportivo comum. Milo, lutador que ganhou seis vezes seguidas suas disputas, também chefiou um exército numa batalha sangrenta entre cidades gregas. Levou seu prestígio como lutador dos estádios para a guerra.

As façanhas de Milo ocorreram por volta do ano 700 a.C. Naquela época, cidades gregas brigavam entre si, e se destruíam, em busca da hegemonia esportiva. Atletas competiam nus certos de que teriam melhores resultados. As roupas, durante alguns anos, foram abandonadas. Povos mais ricos contratavam destaques de outras localidades por melhores resultados, no que pode ser considerada a semente do profissionalismo.

Os gregos são os pais das Olimpíadas devido à obsessão de seus antepassados pela competição esportiva. A primeira versão dos Jogos remete a 776 a.C.. Na época, as disputas envolviam corredores, arremessadores, lutadores e condutores de carruagens.

Bastaram algumas edições das competições para a coisa ficar séria entre os gregos. Cidades ricas e ambiciosas passaram a recrutar atletas de outros lugares. Ofereciam muito dinheiro em troca de resultados, como relata o best-seller Uma Breve História do Mundo, de Geoffrey Blainey.

Crotona, localizada na Itália mas de origem grega, era uma das cidades poderosas da época. Milo era seu representante ilustre e acumulou vitórias na luta. Mas quando Síbaris, a cidade rival, decidiu criar seu próprio festival esportivo, Crotona se mexeu. Seu exército invadiu Síbaris e destruiu a cidade. No comando estava Milo, o símbolo da força na região.

Registros históricos contam que Milo era tão forte que carregou um boi nas costas ao redor de um estádio. Para tanto, começou a treinar com o mesmo boi quando ele ainda era pequeno, apostando que sua força cresceria na mesma proporção. Nascia ali um dos primeiros grandes nomes das Olimpíadas antigas, e também um lutador sanguinário.

UOL Esporte