Cielo não venceu provas individuais na edição 2015 do Troféu Maria Lenk (Foto: Vitor Silva / SSPress
A edição 2015 do Troféu Maria Lenk de natação, que acabou neste sábado (11), serviu para classificar 19 atletas para 19 provas do Mundial de esportes aquáticos de Kazan (Rússia), a ser realizado neste ano. Contudo, não foi muito além disso. Com atletas ainda longe de seu ápice de preparação, apenas três recordes foram batidos (dois sul-americanos e um brasileiro) e muitos atletas lamentaram os tempos feitos na piscina do Fluminense, no Rio de Janeiro (RJ).
Essa era a sensação de Cesar Cielo, por exemplo. O nadador, um dos principais nomes da história da modalidade no Brasil, não venceu provas individuais no Maria Lenk – ele foi prata nos 50m livre, nos 100m livre e nos 50m borboleta. E isso, em grande parte, tem a ver com o estágio de preparação.
"Podia ter sido um pouquinho melhor. Não vou mentir, não. Eu queria um 48s6. Eu tinha mirado 21s6, 48s6 e qualquer 22s no borboleta, o que foi um pouquinho mais ambicioso", relatou Cielo, que fez 21s84 nos 50m livre, 48s97 nos 100m livre e 23s11 nos 50m borboleta.
Depois dos 50m livre, Cielo chegou a dizer que a prova tinha sido "pobre" e que os tempos do Maria Lenk não podiam ser repetidos se o Brasil quisesse brigar por conquistas no Mundial de Kazan: "Se nadar assim vai estar a perigo lá".
"O foco deste ano é o Mundial no meio do ano. A gente deu uma descansada para cá. Não chegou a fazer um descanso completo, como eu gostaria, para chegar aqui na pegada. Mesmo assim, estava esperando um pouquinho mais. Estou sentindo que eu estou nadando com a frequência baixa e que eu não estou conseguindo girar o braço com velocidade, completou.
A avaliação de Cielo foi corroborada por uma série de atletas depois das provas do Maria Lenk. O discurso mais ouvido foi o de que a competição é apenas uma etapa em um processo de treinamento cujos ápices serão o Pan e o Mundial.
Com isso, apenas quatro recordes foram batidos no Maria Lenk: Brandonn Almeida fez 15min12s20 tirou de Luiz Rogério Arapiraca o melhor tempo brasileiro, o que ele detinha desde 2011; Larissa Oliveira baixou a marca sul-americana dos 200m livre para 1min58s53; Leonardo de Deus fez o novo índice mais baixo da América do Sul nos 400m livre (3min49s62); e o revezamento feminino do Pinheiros (Joanna Maranhão, Manuella Lyrio, Gabriele Roncatto e Larissa Oliveira) baixou o recorde dos 4x200m livre.
Além disso, Etiene Medeiros ficou a um centésimo do recorde sul-americano dos 50m costas, que já era dela (a atleta nadou a prova em 27s38 no Maria Lenk), Leonardo de Deus fez o melhor tempo do mundo nos 200m borboleta, Nicholas Santos e Cesar Cielo cravaram as marcas mais baixas do mundo no ano nos 50m borboleta e Bruno Fratus e Cielo saíram do Rio de Janeiro com o segundo e o terceiro melhores índices do planeta nos 50m livre em 2015.
Individualmente, Leonardo de Deus (193) e Larissa Oliveira (170) foram os atletas que mais somaram pontos para suas equipes no Maria Lenk (eles defendem Corinthians e Pinheiros, respectivamente).
"Acho que o Matheus Santana é um destaque", disse Ricardo de Moura, supervisor técnico da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). "Na verdade, é um destaque como surgimento e garantia de uma posição", adicionou.
"Um outro destaque que eu vejo é o Leonardo de Deus. Ele entrou num caminho muito interessante batendo o recorde sul-americano dos 400m livre. Eu achei o Léo até por estar mais maduro. A emoção dele está muito mais controlada, e com isso ele certamente vai obter resultados técnicos melhores", encerrou o dirigente.
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