(Foto: Greg Baker/AFP) |
A rivalidade acirrada entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg voltou a aparecer no GP da China. Na entrevista coletiva dos pilotos após a vitória do inglês, o clima esquentou entre a dupla da Mercedes.
Por toda a corrida, Mercedes e Ferrari andaram próximas, com os quatro carros divididos por cerca de 10s. Em determinado momento, quando Hamilton diminuiu o ritmo para cuidar de seus pneus, Rosberg reclamou via rádio que o inglês estava prejudicando-o pois, como ele estava se aproximando demais do carro do inglês, seus próprios pneus estavam sendo prejudicados com a turbulência. A equipe, então, pediu que o líder acelerasse. Mas o estrago já estava feito: Rosberg não só estragou seus pneus, como também passou a ser ameçado por Sebastian Vettel, que vinha em terceiro.
Na coletiva, Hamilton ignorou a situação e afirmou que não considerou Rosberg uma ameaça real ao longo da corrida. Complementou dizendo que seu objetivo era cuidar de seus próprios pneus para assegurar a vitória.
A declaração gerou um mal estar na coletiva, já que Rosberg sentiu que o companheiro colocou seu próprio resultado acima da equipe. "É interessante ouvir de você, Lewis, que estava apenas pensando em si mesmo com o seu ritmo. Desnecessariamente, você comprometeu a minha corrida, porque foi mais lento do que poderia em alguns momentos e deixou Sebastian [Vettel, da Ferrari] muito perto de mim", retrucou o alemão.
Em seguida, Hamilton preferiu não polemizar: "Não é meu trabalho cuidar da corrida do Nico. Meu trabalho é administrar meu carro e cruzar a linha de chegada o mais rápido possível. Foi isso que eu fiz. Não fiz nada intencionalmente para retardar os carros".
Após a coletiva, Rosberg voltou a criticar o companheiro, em entrevista à Sky Sports. "Foi um cenário que estudamos em detalhe antes da corrida: para quem estivesse na frente, o melhor seria jogar o segundo para perto de Vettel. Essa era a melhor corrida para o cara da frente, mas não era o melhor para a equipe porque coloca o cara que está em segundo em uma posição desnecessária de risco", analisou o alemão.
Para Rosberg, com a atitude de segurar o ritmo, Hamilton jogou contra a equipe. "Lewis fez isso de propósito? Não sei. Mas ele disse que só estava pensando nele mesmo. É uma indicação interessante, uma declaração interessante. Foi isso que aconteceu e estou frustrado com o resultado e com a forma como minha corrida foi comprometida."
Hamilton, por sua vez, defende que o alemão não tem do que reclamar. "Não tenho certeza de como eu comprometi a corrida dele, ele estava a 4s5 de distância, nunca esteve próximo. Eu não tive impacto nenhum na corrida dele. Se ele quisesse chegar mais próximo e estivesse colado em mim, talvez ele pudesse dizer alguma coisa. Mas não estava. E se a equipe quisesse fazer a troca dele antes porque os pneus dele tinham acabado poderiam ter feito porque eu consegui manter meus pneus funcionando."
Para chefe, Ferrari é ameaça real
A dobradinha da Mercedes no GP da China freou a ascensão da Ferrari na Fórmula 1. A ameaça representada pela escuderia italiana, muito comentada após a vitória de Sebastian Vettel na Malásia, foi neutralizada por Hamilton e Rosberg em Xangai.
Hamilton, o maior vencedor da categoria no GP chinês – já havia ocupado o lugar mais alto do pódio em Xangai em 2008, 2011 e 2014 –, não escondeu a satisfação por voltar a superar a Ferrari. "Fizemos uma grande retomada depois do que aconteceu na Malásia. Melhoramos nosso ritmo, então devo isso ao pessoal da equipe e da fábrica", disse.
O inglês lamentou a entrada do Safety Car no final da corrida. Seu objetivo era finalizar a prova com uma margem ainda maior para a dupla da Ferrari. "Eu tinha um pouco de pneu sobrando para o final. Queria aumentar a diferença, mas o Safety Catar saiu apenas no fim da corrida".
Rosberg, o segundo colocado, adotou discurso semelhante ao do companheiro de equipe. "Batemos a Ferrari aqui. Isso é importante para o moral da equipe. Espero que isso aconteça mais vezes", afirmou.
Toto Wolff, diretor-executivo da Mercedes, ainda enxerga a escuderia italiana como uma forte concorrente na briga pelo título da Fórmula 1: "Temos que considerar que não estava muito quente hoje, algo que ajuda a Ferrari, então precisamos levá-los muito a sério. Eles evoluíram muito na pré-temporada e a tendência é que fique cada vez mais difícil para nossa equipe".
UOL Esporte
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