‘Precisamos alimentar o elefante’, diz secretário sobre Mané Garrincha

Estádio mais caro da Copa-2014, o Mané Garrincha vive a dura realidade de não ter nenhum jogo realizado em 2015, e ter cancelada a única partida marcada entre Cruzeiro e Corinthians. Com déficit na sua operação, o governo do Distrito Federal aposta em eventos pontuais como a Olimpíada-2016, utilizações alternativas e uma concessão da arena à iniciativa privada.

São esses os planos traçados pelo secretário de turismo do DF, Jaime Recena, um crítico da construção do estádio em Brasília com 60 mil de capacidade. Para ele, deveria ter sido levantada uma arena de no máximo 35 mil, ou 40 mil pessoas.

“Não posso ser hipócrita de mudar o que disse antes de chegar ao governo. Antes, defendia que Brasília deveria ter um estádio de no máximo 35 mil ou 40 mil lugares'', contou Recena. “Mas o elefante está ai na sala. Agora, a gente tem que alimentar.''

Essa é a justificativa para a cidade ter confirmado sua presença na Olimpíada-2016 apesar de ser mais um custo para um Estado sem dinheiro, e com um rombo estimado de R$ 4 bilhões. Ele entende que os benefícios serão maiores do que a Copa porque as seleções ficarão na capital do país, e não em outras cidades como no Mundial.

“Pelo que nos foi apresentado, não tem nenhum gasto fora do espectro. Se tiver uma surpresa, podemos rever. Mas não pensamos nisso agora. Abrimos mão de realizar o live site que tinha um custo de R$ 7 milhões'', contou Recena. Segundo ele, o Mané Garrincha já está quase pronto, sendo necessárias poucas obras.

Mas, no dia a dia, o truque foi utilizar o espaço para secretarias, o que vai gerar economia de R$ 10 milhões. O custo estimado de operação é de R$ 600 mil, superior às receitas obtidas no ano passado. A longo prazo, foi montado um grupo no governo para buscar soluções para o estádio.

“Estamos discutindo o modelo. Poderia ser feita uma cessão juntamente com o autódromo e poderia ser feito um complexo esportivo para aumentar o interesse. É uma área nobre de Brasília'', finalizou Recena. O governo de Agnelo Queiroz, que torrou R$ 1,5 bilhão no Mané Garrincha, dizia que teria certeza de que cederia o estádio à iniciativa privada com facilidade. Nunca aconteceu.

UOL Esporte

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