Por Olimpíada, governo deverá perder mais de R$ 10 mi com Arena Amazônia














O Governo do Estado do Amazonas decidiu adiar a privatização da Arena Amazônia, cuja data de lançamento do edital de licitação estava prevista para novembro deste ano. Na última terça-feira, a autoridade estadual responsável pela administração do estádio informou ao UOL Esporte que a operação da arena só será passada para a iniciativa privada após os Jogos Olímpicos de 2016, que acontecem em agosto do ano que vem.

O motivo é que a Arena Amazônia será uma das sedes do torneio de futebol da Olimpíada, conforme anúncio oficial divulgado na segunda-feira (16), e o processo de concessão do equipamento iria prejudicar a preparação do espaço para os Jogos. Com isso, o prejuízo gerado pela estádio ao governo estadual deverá ultrapassar os R$ 10 milhões, além dos cerca de R$ 750 milhões gastos pelo Estado (sendo R$ 400 milhões em  empréstimos federais) com a construção da arena. 

No dia 9 deste mês, a Arena Amazônia completou um ano de operação. Com apenas 15 eventos realizados no espaço além dos jogos da Copa do Mundo, o prejuízo acumulado nos 12 meses ficou na casa dos R$ 4,1 milhões. 

De acordo com dados fornecidos pela administradora da arena, a FVO (Fundação Vila Olímpica), o Estado arrecadou R$ 1,9 milhão com os eventos realizados na arena até agora. Já o custo de manutenção foi, no mínimo, de R$ 6 milhões, perfazendo um saldo negativo de R$ 4,1 milhões. A extinta UGP (Unidade Gestora do Projeto Copa, do governo amazonense) calculava um custo mensal de manutenção de R$ 500 mil. Atualmente, o governo apenas informa que a manutenção da arena, de dois campos menores e um ginásio sai por R$ 700 mil por mês, o que significa que o prejuízo com a Arena Amazônia pode ter sido ainda maior.

Considerando que os clubes do Amazonas já disseram que não pretendem utilizar a arena para a maioria de seus jogos, por não ser viável economicamente, e considerando que eventos já ocorridos na arena, como um show da cantora Ivete Sangalo, não irão mais ocorrer, pois deterioraram demais o gramado, o governo estadual calcula que a operação do estádio daqui até sua privatização não terá grandes alterações em seu resultado financeiro.

Assim, com uma previsão de privatizar arena só daqui a um ano e meio, o prejuízo do Estado com o equipamento deverá ultrapassar a casa dos R$ 10 milhões.

Em outubro do ano passado, um estudo encomendado pelo governo estadual chegou à conclusão de que a melhor solução para a arena seria a concessão do equipamento à iniciativa privada, Um edital de licitação está sendo construído para que o estádio seja repassado a um operador privado por um período de 20 anos.

De acordo com o presidente da FVO, Aly Almeida, a modelagem de concessão ainda não está definida, mas o Estado não irá repassar qualquer contrapartida financeira ao ente privado para que este se encarregue da manutenção do estádio. "Não repassaremos nenhuma verba ao futuro operador, pelo contrário, queremos fazer uma privatização em que esteja prevista a divisão entre Estado e investidor dos eventuais lucros que arena possa vir a gerar", afirma. é esperar para ver. 

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