Em meio a duras críticas da Red Bull devido aos problemas de confiabilidade e a falta de rendimento, a Renault ao menos recebeu uma boa notícia: é a fornecedora de motores que mais pode se desenvolver até o final do ano.
A conta vem da divulgação do número de alterações feitas pelos três fabricantes que estavam na Fórmula 1 desde o ano passado. O regulamento prevê que cada um deles use até 32 tokens para alterar peças da unidade de potência. Antes do início da temporada, a Mercedes foi a que mais mudou o motor em relação a 2014, com 25 alterações. A Ferrari usou 22 tokens e a Renault, 20.
O token é uma espécie de moeda, dando pesos diferentes a mudanças em cada parte do motor. Por exemplo: se uma equipe decide mudar seu sistema de recuperação de energia cinética, o KERS, gastará 2 tokens.
A unidade de potência é formada, no total, por 66 tokens. Ou seja, em 2015, 48% do motor pode ser alterado. Cada fornecedor escolhe o que quer mudar, contanto que só use os 32 permitidos.
Essa permissão de desenvolvimento ao longo da temporada foi pleiteada após a Ferrari descobrir uma brecha no regulamento: ao contrário do texto de 2014, as regras de 2015 obrigavam que os motores fossem homologados, mas não estipulava uma data. A partir daí, foram estabelecidas as bases do desenvolvimento.
Renault sob pressão
Mas é bom a Renault começar a gastar logo suas 'fichas': os franceses foram duramente criticados pela Red Bull após o motor de Daniel Ricciardo quebrar com apenas 50km de uso e devido aos problemas de dirigibilidade – o australiano relata que o carro acelera de repente no meio das curvas. O consultor da Red Bull, Helmut Marko, chegou a garantir que "o trabalho foi redistribuído e todos os testes serão feitos em Graz [na Áustria]. A Renault fica falando maravilhas sobre os testes em Paris, mas eles nunca aparecem na pista. Isso tem de mudar."
Até o pai de Max Verstappen, Jos, reclamou do motor Renault, o qual o piloto também usa na Toro Rorro quebrou em sua estreia, na Austrália. "As coisas claramente não estão em ordem. A Renault precisa trabalhar mais forte. É frustrante para Max. É bom que ele esteja ganhando experiência na F-1, mas se ele estivesse com outra marca de motores, poderia realmente causar uma boa impressão", disparou.
O caso Honda
Inicialmente, a Honda, por estrear neste ano, não teria direito a usar nenhum dos 32 tokens. Teria que homologar seu motor dia 28 de fevereiro e continuar com o mesmo equipamento até o final do ano, como aconteceu com seus rivais ano passado. Após os japoneses reclamarem, a FIA abriu uma brecha: chegando na Austrália, tiraria-se uma média dos tokens ainda não utilizados pelos três fabricantes (ou seja, o que seria atualizado pelos demais ao longo do ano) e esse seria o número ao qual a Honda teria direito.
Após a divulgação dos tokens usados por Mercedes, Renault e Ferrari, a média ficou em 22,3. Como foi acordado que o número da Honda seria arredondado para baixo, os japoneses ganharam a permissão de usar nove tokens durante a temporada.
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